DESLIGUE O CELULAR
Estou
procurando palavras
para voltar
a falar de amor
mas parece
que minha mente foi programada
para ver,
ouvir, falar, e sentir somente tristeza e dor
Não quero
ver e nem ouvir o que dizem os noticiários
que mostram
somente tragédias e tristezas
quero
deixar minha mente aberta
para o
amor, que me traz alegrias e leveza
De mente,
de corpo, alma e coração
que anseia
por paz e harmonia
quero rir,
brincar, dar e receber afagos
andar de
cabeça erguida,
ser o
embaixador da alegria
Venha, não
ligue o rádio ou a televisão
por favor,
só por um momento, desligue o celular
vamos por
um instante ouvir a voz do silêncio
porque...
precisamos
de paz e sossego para nos entregar
INTELIGÊNCIA OU SER
HUMANO ARTIFICIAL?
Sou chamado
de ultrapassado por não ter me rendido à tecnologia escravizante. Sou avesso às tecnologias que abafam os
sentimentos e separam muitos jovens e crianças e adultos os tornando
estressados, neuróticos e solitários.
Podemos
afirmar sem medo de errar que a maioria das pessoas deixam-se escravizar pelos
apelos da propaganda que as induzem ao consumismo exagerado, pelos jogos
virtuais violentos e pelas conversas muitas vezes desnecessárias nas redes
sociais.
Mas na
verdade o que elas querem é se esconderem delas mesmas.
A impressão
que se tem é que todos estão “protegidos” dentro de uma bolha e hipnotizados
pelas imagens e mensagens que chegam a todo momento ou pelo barulho dos fones
de ouvido que fazem muitas delas ficarem surdas.
Não vivo sem
meu celular!
Um dia sem
internet?
Isto é
inadmissível, e o que é pior, não é apenas para o sistema financeiro, para a
indústria ou para o comércio.
A grande
preocupação é que um dia sem internet pode provocar uma comoção mundial onde
milhões de pessoas sofrerão um surto de comportamento sem sombra de dúvida,
idêntico à esquizofrenia.
A cada dia
que passa o ser humano está perdendo a capacidade de pensar, de amar e de se
relacionar uns com os outros. E com esse comportamento estão se afastando cada
vez mais deixando bem claro que nem com toda a tecnologia que supostamente veio
para melhorar a vida das pessoas, o medo e a solidão são sem dúvida as grandes
barreiras a serem superadas. Com a natureza está claro que não existe mais
nenhum tipo de relacionamento pois matamos a maioria dos animais, destruímos
árvores centenárias, secamos as nascentes, os rios, os lagos, as lagoas, e com
certeza, se esta agressão não parar, não vai demorar muito para que os mares e
oceanos também deixem de existir.
Isto me
preocupa!
E fico
pensando...
Será que a nossa
vida e a do planeta estão chegando ao fim?
MÁQUINAS NÃO
AMAM
Faço parte de
uma geração que está se despedindo do mundo e infelizmente tenho a impressão
que não estaremos sozinhos na hora do réquiem.
Milhares de
pessoas estão matando e morrendo em uma guerra urbana que dizima,
principalmente os mais jovens que estão deixando-se dominar pelos aparelhos
eletrônicos que os escravizam e pelas drogas que os liquidam.
Em muitos
lares cada membro da família fica recolhido em um canto longe uns dos outros
para interagir com seus amigos virtuais. E agindo assim esquecem que para ser
uma família de verdade é preciso que cada membro seja acolhido com amor e
tratado com ternura.
É este
acolhimento que está faltando dentro dos lares e desestruturando totalmente o
elo familiar.
A tecnologia
é mutante e a cada dia surge um novo aparelho e um novo aplicativo e as pessoas
vão se deixando programar e se tornam cada vez mais artificiais. A cada
geringonça nova que surge o meu coração perde um pouco do seu compasso e a
minha consciência me leva a procurar cada vez mais por Deus que está sendo
substituído por um chip qualquer.
Estão
lançando um novo aplicativo e dizem que é para facilitar a interação entre as pessoas
dentro de um bar, de um restaurante, de um shopping, em uma boate ou qualquer
lugar de aglomeração.
Os amantes da
tecnologia estão achando isto uma maravilha e sentindo-se felizes porque basta cadastrar
seu perfil e o aplicativo lhe mostrará outra pessoa com um
comportamento semelhante ao seu para se relacionarem. E onde fica a
conversa e o encantamento do relacionamento olho no olho e a magia do flerte
quando dois olhares se cruzam?
Estamos cada
vez mais à mercê da inteligência artificial. As máquinas estão conseguindo
copiar os humanos tornando-se donas de seus movimentos e das suas próprias
ações.
E o que temos
hoje de amor. sensibilidade, carinho e ternura que as novas tecnologias não
poderão copiar?
A frieza de
uma máquina não vai conseguir substituir a amizade, o carinho, a doçura e o
amor e nem mesmo a insensatez e a intolerância do ser humano.
Máquina não
ama.
Então o que
ela vai formatar?
A maneira de
ser insensível e egoísta que nos faz esconder atrás de um aparelho eletrônico e
cuidar mais e melhor dos animais a ponto de relegarmos a segundo plano o
contato com os nossos semelhantes.
Esta é a
razão da minha preocupação e do meu medo.
Não vou estar
nesse mundo para assistir esta aberração, mas fico triste só de imaginar a minha
futura geração sendo dominada por um punhado de plásticos, por uma placa mãe
que não armazena emoções e por uma memória Ram que não guarda saudades e pelos
Chips que serão suas algemas os impedindo de viver do jeito e da maneira que
quiserem.
CONTROLADOS POR UM CHIP
Fico vendo e
ouvindo nos noticiários as reportagens sobre o avanço da tecnologia e cada vez
mais me convenço que estou vivendo além do que deveria. Não quero ser apenas mais uma dessas milhões
de pessoas que se tornaram escravas dos aplicativos e que têm suas mentes
controladas por um chip qualquer.
Já estão
falando em acabar com o dinheiro moeda e papel e também com os cartões
magnéticos, e já existem agências bancárias que não movimentam dinheiro em
espécie, e não demora muito, qualquer dinheiro vai se tornar virtual.
Os amantes
desta “modernidade” dizem que as pessoas movimentarão suas contas bancárias
através dos aparelhos de celular, dos óculos, do relógio, de uma pulseira e até
de um chip implantado em alguma parte do seu corpo.
Segundo os
especialistas da área, em pouco tempo todas as pessoas, independentemente da
sua condição financeira ou social terão que se renderem aos aplicativos.
No setor
público onde o atendimento sempre foi e será ruim com alguns funcionários se
achando no direito de maltratar as pessoas, tudo está sendo informatizado e
quase todos os serviços já exigem agendamento via on-line e constantemente
ouvimos dizer que todos têm acesso à tecnologia.
Acesso
talvez, mas saber como acessar e ter em casa um dispositivo para isso é outra
coisa bem diferente. Para ter acesso aos serviços já informatizados milhares de
pessoas são obrigadas a pagar, porque sem medo de errar, posso afirmar que, de
cada dez brasileiros idosos ou analfabetos, oito não sabem e dificilmente irão
saber como acessar os aplicativos necessários no seu dia a dia, e não terão
dinheiro para comprar novos aparelhos porque eles ficam
ultrapassadas muito depressa e cada dia surge um novo.
E o que é
pior, de cada dez aparelhos celulares que são vendidos, oito são
adquiridos por pais ou avós extorquidos por seus filhos e netos e outros
parentes.
Se dissesse
que sou literalmente contra este avanço eu seria um grande idiota, estou
aposentado, tenho setenta e três ano e não sei se orgulhosamente ou teimosamente
falando, não me deixei dominar pelos dispositivos que teoricamente foram
concebidos para facilitar a vida das pessoas, mas pelo que parece, chegaram
também para escravizar aqueles que não sabem dimensionar o que é benéfico
e o que é vício.
ESCRAVOS
DAS REDES SOCIAIS
Um disco de
vinil tocando na vitrola parece querer me dizer que não sou simplesmente um
velho ultrapassado, contrastando com o que algumas pessoas insistem em me
dizer.
Meu neto com
dois anos e poucos meses, todas as vezes que vem à minha casa corre para perto
da vitrola e me pede para colocar um disco e ficamos dançando ao som do vinil.
E sou muito agradecido a Deus por poder dançar com ele no colo, o
que para mim é motivo de grande contentamento e emoção.
Estava tão
embevecido com a alegria do meu neto que nem prestava atenção e de repente
Roberto Carlos estava cantando a música “Jesus Cristo”. E em oração
pedi a Ele que não me deixe escravizar por nada e por ninguém.
Constantemente
ouvimos dizer que esta é a era da tecnologia e eu seria um idiota se dissesse o
contrário.
Estou
aposentado e não tenho nenhum compromisso profissional, e na minha talvez
estúpida visão, não preciso ser escravo de nenhuma geringonça eletrônica.
“Jesus Cristo
eu estou aqui”, dizia a canção do rei Roberto Carlos. Jesus sabe que
estamos aqui e com certeza queria que todos estivéssemos presentes de corpo e
alma.
Com muita
tristeza fico observando crianças que ainda não aprenderam sequer a engatinhar
segurando um aparelho eletrônico qualquer em suas pequeninas mãos.
Com muita
tristeza fico observando meninos e meninas com dez anos ou menos andarem soltas
pelas ruas enviando e recebendo mensagens de e para qualquer pessoa como se não
tivessem ninguém a esperá-las.
Com muita
tristeza fico observando pessoas idosas clicando freneticamente enquanto
atravessam as ruas sem ao menos perceberem que podem sofrer um acidente fatal.
E
honestamente não sei o que estou fazendo neste mundo onde o ser humano está
cada vez mais robotizado e insensível.
A grande
maioria é escrava de um celular que agora não é mais telefone. A grande maioria
é escravizada pelas redes sociais e pelos sites de relacionamentos que afastam
as pessoas.
Por duas
vezes tentei me conectar ao face-book para divulgar o que escrevo e nunca vi
nada tão perverso. Poucas pessoas postam algo que tenha relevância e
qualquer futilidade é muito vista e compartilhada,
Posso dizer
com muita alegria: não sou escravo de nenhum chip e prefiro ficar conectado com
Deus e com as pessoas.
CASTIGO PARA OS PAIS
Esta
semana um amigo me disse que foi surpreendido quando o boleto do cartão de
crédito chegou e descobriram que o filho de dez anos havia
realizado compras de pontos em jogos eletrônicos sem seu consentimento.
Ele me disse
que ficou irritado, não pelo valor a pagar, mas porque o filho é um bom
garoto e que até esse dia era totalmente confiável, e que ele nunca imaginaria
que fosse capaz de fazer tal coisa.
O garoto,
como a maioria das crianças , achava que ter um cartão de crédito é ter
dinheiro.
E a cobrança
chegou, e ele foi colocado de castigo.
Não sei se o
castigo doeu mais no garoto ou nos seus pais.
E fiquei me
perguntando...
Será que que
este menino merecia ser castigado?
Acho que os
pais é que mereciam!
Por excesso
de confiança ou por comodismo muitos pais não se preocupam em saber o que os
filhos acessam quando navegam pelo espaço cibernético onde muitos jovens
ficam perdidos nos labirintos da tecnologia e se aconchegando apenas no colo da
placa mãe deixando sua inteligência se prender na mediocridade de alguns jogos
virtuais que nada constroem.
E nos
preocupamos somente com as drogas vendidas pelos pobres na periferia e
pelos ricos nas faculdades e nas mansões. e com a violência nas esquinas.
Neste texto a
droga se chama tecnologia mal utilizada, que com suas lutas e disputas virtuais
embrutecem os filhos que estamos perdendo para o mundo virtual, que é real e
fica do outro lado da parede, e que por ironia, sua peça principal se chama
Placa Mãe.
Os pais não
sabiam ou fingiram não saber que o seu caçula estava sendo engolido pela
memória RAM de uma máquina sem vida.
Vida! Que
alguns dizem estar melhor com o avanço da tecnologia
que destrói famílias inteiras quando um ente querido prefere se fechar dentro
de um quarto para ficar na frente de uma tela colorida pintando sua mente de
preto e branco, e como consequência, acaba o colorido das conversas e dos
abraços.
Que venham
todas as tecnologias, mas que nenhuma máquina substitua o ser humano e que
jamais seja programada para dizer mecanicamente: Eu te amo.
Todos os pais
e mães incapazes de perceber que seu filho está sendo raptado por um
dispositivo eletrônico qualquer merecem ser castigados.
O meu amigo e
sua esposa foram.
E aprenderam
a lição e o filho passou a ser mais importante do que alguns momentos de uma
paz de mentira.
VIVENDO NO
ESPAÇO CIBERNÉTICO
Fico
observando o comportamento das pessoas, inclusive as da minha família e com
tristeza percebo que as relações familiares estão se deteriorando a passos
largos porque muitas estão vivendo no espaço cibernético. Hoje é muito comum
irmos visitar uma família e ficar sabendo que um dos filhos ou filhas estão
presos dentro de seus quartos escravizados por uma rede social e por jogos
eletrônicos que nada acrescentam em suas vidas.
Estamos vendo
crianças, jovens, adultos e muitos idosos sendo escravos de uma geringonça
eletrônica que afasta as pessoas e destrói os relacionamentos com a falsa
ilusão de que aproxima.
A amizade que
antes unia as pessoas como se fossem irmãos e irmãs foi trocada por um celular
que faz com que cada um se isole em uma prisão cibernética e esqueça os
momentos de risos e de alegria que realmente nos aproximavam.
Nossas casas
são constantemente invadidas por imagens, falas e comportamentos que são uma
afronta aos bons costumes e quando não aceitamos ou fazemos alguma crítica
somos taxados de preconceituosos. A todo momento as famílias são bombardeadas
por uma mídia facciosa que interfere na educação das crianças e dos jovens e no
comportamento dos adultos incutindo em todos um desejo mórbido de um consumismo
exagerado.
E continuo
observando o comportamento das pessoas.
Quando vejo
na rua meninos e meninas com seus dezesseis anos ou menos, conversando ao
celular e carregando um filho no colo ou empurrando um carrinho com seu bebê fico
me perguntando: Como será o futuro desta criança? O que esses meninos e meninas
têm de experiência de vida para passar para este filho ou filha?
A maioria
dessas crianças serão criadas pelos avós, que na maioria das vezes também não
souberam, não quiseram, ou simplesmente não tiveram condições financeiras e
psicológicas para educarem seus filhos.
Será que
esses jovens pais e mães são bons alunos em alguma escola?
O que a
maioria dos pais desses jovens tem a nos dizer?
O que os
amantes da tecnologia tem para nos dizer?
O que esperar
de um futuro movido a chips e placas eletrônicas?
PLACA MÃE NÃO GERA FILHOS.
Escrevi esse
texto depois de desligar o computador onde meu filho de dezesseis anos estava
vidrado na tela às duas horas da manhã.
Estamos na
era da eletrônica onde os robôs já fazem os serviços domésticos e
cachorros de lata vigiam as casas. A
tecnologia avança a passos largos, é mutante, muitas vezes deixando para trás
sentimentos de amor e de ternura. Os filhos agora entendem tudo de placa mãe
que não chora e não gera filhos e sem ela o computador não existiria.
Igualzinho à Mãe de carne e osso que abraça todos os filhos com amor e carinho
e sem ela a família não existiria.
A diferença é
que ela pensa e não aceita ser formatada na hora que os filhos quiserem.
Na mesma
proporção que a tecnologia avança os corações embrutecem. Muitos jovens se
trancam em seus quartos e seu “disco rígido” não tem espaço para momentos de
cumplicidade com os pais e sua memória ram não consegue lembrar dos abraços e
beijos compartilhados com carinho.
Se os jovens
não pararem para pensar e não fizerem a inclusão do amor junto com a inclusão
digital daqui a poucos anos o mundo será habitado apenas por robôs, e os da
minha geração irão se encontrar com a mãe terra muito antes do que pensavam.
Os pais não
são perfeitos como os computadores e muitos filhos e filhas acham que é preciso
apagar lembranças de terem sido empurrados em carrinhos de bebê e de noites mal
dormidas porque alguém chorava.
Para quê
conversar com quem não se deixa modificar num simples apertar de uma tecla?
As “máquinas
humanas”, ou seja, os pais que formataram suas vidas com carinho e amor, sem
disco rígido e sem placa mãe, estão ultrapassados e serão jogados em um asilo
onde receberão uma visita de vez em quando, ou em um quartinho dos fundos
se misturando com as geringonças eletrônicas obsoletas.
Houve tempos
em que o pai era chamado de “esteio da casa”, para os mais jovens, esteio é a
peça principal que sustenta um telhado.
Hoje os
filhos entendem muito de disco rígido que armazena as informações que cada um
acha do seu agrado e os esteios vão ficando esquecidos na lixeira ou se tornam
simplesmente um rascunho.
Os amigos
agora são virtuais.
Os amores são
superficiais!
Nós acima dos
cinquenta anos estamos sendo vencidos pela tecnologia que oferece muitos
atrativos para nossos filhos que só pensam em nos apagar do seu círculo de
amizades e das suas vidas.
Enquanto eu tiver
forças vou lutar contra o lado perverso deste senhor de engenho chamado
tecnologia para que ela possa ser usada somente para o bem e não para
escravizar as pessoas.