BETIM, UM PARAÍSO SENDO DESTRUÍDO
NÃO QUERO E NÃO POSSO ENVELHECER

Não
sei por que nosso país precisa ter tantas leis inúteis.
Deve
ser porque os legisladores eleitos pelo povo, na sua grande maioria, são
inúteis também.
Os
nossos valorosos legisladores elaboraram mais uma lei que chamam de
Estatuto do Idoso.
Isto
quer dizer que para um asilo de caridade funcionar deverá se enquadrar em um
regulamento elaborado por quem não entende nada de acolhimento com amor.
Vejam
alguns tópicos desse famigerado estatuto.
O
Diário Oficial da União oficializou no dia 27/09/05”: RESOLUÇÃO RDC Nº 283, DE
F26 D3 SETEMBRO DE 2005. “Considerando a necessidade de prevenção e
redução dos riscos à saúde aos quais ficam expostos os idosos residentes em
instituições de longa permanência, fica estabelecido que as instituições que
acolhem pessoas idosas devem se adequarem ao que se propõem os árticos da lei.
4.6.1.3
- Para as atividades de lazer: um profissional com formação de nível superior
para cada 40 idosos, com carga horária de 12 horas por semana.
O
que será que eles chamam de lazer em um asilo? Eles não sabem que a maioria dos
moradores dessas instituições mal conseguem andar, e a sua grande maioria sofre
de algum distúrbio mental.
4.6.1.5
- Para o serviço de alimentação: um profissional para cada 20 idosos,
garantindo a cobertura de dois turnos de 8 horas.
4.6.1.6
- Para o serviço de lavanderia: um profissional para cada 30 idosos, ou fração,
diariamente.
4.7.7.7
- Refeitório com área mínima de 1m2 por usuário, acrescido de local para guarda
de lanches, de lavatório para higienização das mãos.
Tem
lógica?
Um
asilo de caridade que se mantem de doações, com cinquenta internos, ter um
refeitório com uma área de cinquenta metros quadrados?
b)
Os dormitórios de 02 a 04 pessoas devem possuir área mínima de 5,50m2 por cama,
incluindo área para guarda de roupas e pertences dos residentes.
Vejam
o tamanho desta idiotice: Segundo os “especialistas”, um asilo com dez
quartos terá que ter uma área de duzentos e vinte metros quadrados
somente para os dormitórios
Um
asilo de caridade consegue se adaptar às essas leis absurdas?
E o
que é pior, os legisladores colocaram no mesmo patamar os asilos de caridade
com as casas de acolhimento da iniciativa privada onde somente pessoas ricas
podem se internar.
E
mais uma vez faço a pergunta.
Que
direitos tem os idosos deste país?
Andar
de graça em um ônibus lotado onde muitas vezes tem alguém fingindo dormir nos
assentos prioritários?
O
direito de ser atendido primeiro em qualquer lugar que tiver uma fila, e ficar
escutando desaforos de alguns que acham isso um absurdo?
O
que mais foi conquistado?
Se
alguém souber, por favor entre em contato.
A palavra asilo foi abolida, agora essas casas
obrigatoriamente deverão ser chamadas de Lares.
Tenham
a santa paciência!
Eu vou
continuar chamando de asilo.
Um
lar só se constrói com a presença de três pessoas: Pai, Mãe e
Filho.
Que
me perdoem os que não puderam ter filhos.
Existem
muitas crianças que não puderam ter Pai e Mãe.
Que
me perdoem os que não querem filhos.
Existem
tantos asilados que também não quiseram, ou não souberam tê-los.
O
que essa lei está impondo aos asilos de caridade, no papel tudo é muito bom.
Na
prática...
Nada
vai mudar.
As
instituições com fins lucrativos vão continuar faturando alto porque esse é um
mercado em expansão, e os filhos não estão preparados para cuidar dos seus
pais.
Todos
se preparam para ter e cuidar de filhos.
A
grande maioria das pessoas que perderam seus pais, jura que cuidariam deles se
tivessem tido oportunidade, e os que ainda convivem com os seus, quando a
velhice chega, a primeira opção é coloca-los em asilo.
Graças
a Deus existem muitas exceções.
Ninguém
se prepara para cuidar da mãe ou do pai, e nem se dão conta que os mesmos estão
envelhecendo.
E de
repente são pegos de surpresa, e se aborrecem.
Esta
nova lei prevê que as casas podem serem fechadas se não obedecer cegamente a
nova deliberação.
E
podem.
Tomara
que essa lei contribua para o engrandecimento dessas instituições.
Mas
se não der certo!
Quem
vai assumir?
O
poder público?
As
experiências de amparo ao ser humano pelos governantes são todas desastrosas.
Se
isso acontecer veremos Instituições com mais funcionários que internos.
Funcionários
que mal cumprem o horário, porque na realidade são meros cabos eleitorais.
Esta
lei idiota vai aumentar o acolhimento preferencialmente por indicação política,
e tantas outras irregularidades.
O
poder público é perverso quando se trata do cuidado com os pobres
Fui
presidente voluntário de um asilo com cinquenta e cinco moradores, desses,
treze eram acamados, e a grande maioria com algum distúrbio mental.
E sempre
me perguntei: Isto é um Lar?
Um
lar deveria ser o local de envelhecer com tranquilidade.
O
bom senso diz para não receber pessoas acamadas ou com algum distrbio mental.
Mas
o Lar Vicentino Divino Ferreira Braga sempre teve suas portas abertas para essas
pessoas.
O
poder público não criou um meio termo entre o hospital e a residência dos pacientes
que ocupam leitos sem perspectiva de melhora.
O
poder público fechou as casas de internação para doentes mentais.
Em
sã consciência, quem tem condições de cuidar de uma pessoa nessas condições
dentro de sua casa?
Se
os asilos de caridade não os acolhem, onde serão jogados?
No
Lixo?
Olá estimado Geraldo,
ResponderExcluirBela reflexão!
Em Portugal, a situação é muito idêntica.
A idade de ouro deveria ser olhada de outra maneira.
Abraços de luz.
É triste ver essa situação. Tenho pais idosos que precisam de mim e de meus irmãos, eles dão trabalho sim, mas sabemos que demos trabalho a eles tb, nós os amamos. Dói saber de idosos sem família.
ResponderExcluirAbraços
Um país que não respeita seus idosos, é uma país sem memoria.No Brasil é uma vergonha o tratamento dispensado a estes lutadores cheios de historias.Eu vejo coisas que me envergonham.Em viagem a trabalho na Alemanha, fiquei extasiado em ver como a ABB tratava seus velhos tecnicos, como verdadeiras enciclpedias da empresa.A gente tem de melhorar muito mesmo. Educar as pessoas, recriar nossos politicos.
ResponderExcluirPrecisamos sim e todos temos uma parcela nesta revolção.
Um abraço amigo.