Janeiro de 2020.
Este foi o ano mais chuvoso dos últimos tempos em Belo
Horizonte, e em algumas cidades no seu entorno.
Muita destruição de bens e de vidas.
Os noticiários nos mostraram as imagens de medo e desolação das pessoas
atingidas pelo vendaval que tiveram suas vidas reviradas pelas
enxurradas.
E todos foram unânimes ao jogarem a culpa desses desastres nas chuvas.
Grande engano!
Chuva não destrói nada.
Água não mata pessoas, pelo contrário, ela é sinônimo de vida.
Todo esse desastre foi causado principalmente pelos
políticos, mas também por pessoas ricas e poderosas que aprisionaram a água debaixo do
concreto e do asfalto. Todo esse sofrimento foi causado pelas pessoas de todas as classes
sociais que não reciclam o lixo e jogam todo tipo de detritos nas calçadas e nas ruas para que sejam levados para dentro da rede de esgoto. Todo esse sofrimento foi causado pelos poderosos que agridem a natureza
com suas construções sendo realizadas em cima das nascentes que ainda teimam em
existir.
E quando a chuva cai as águas com suas enxurradas violentas estão apenas
tentando voltar ao seu leito natural. Querendo voltar para o seio da sua mãe
terra que tem suas entranhas rasgadas por políticos e empresários gananciosos
ávidos por mais riqueza e poder.
O mais sórdido de tudo isso é que muitos políticos inescrupulosos se
aproveitam desses momentos de tristeza e dor para oferecer alguma coisa em troca
de votos na próxima eleição. O mais sórdido de tudo isso é que o desastre
das enxurradas ganhou mais destaque depois que a chuva caiu em áreas nobres da
cidade.
A água veio cobrar dos ricos por estar constantemente sendo agredida. O
absurdo de tudo isso é que assim que a chuva deixar de cair as máquinas e os
trabalhadores estarão a postos para reparar primeiro os danos causados nas
regiões onde moram os ricos e poderosos.
A chuva não causa sofrimento nas pessoas.
Quem empurrou os pobres para as encostas que caem e para a beira de
córregos que transbordam?
Não foi a chuva.
Para um político corrupto quanto vale uma vida?
Para
os grandes empresários do ramo imobiliário que constroem seus prédios em cima
de nascentes quanto vale uma vida?
Vamos relembrar o mês de janeiro do ano passado.
Mês que ficará na
memória dos familiares e amigos das pessoas assassinadas em Brumadinho, Minas
Gerais. Uma avalanche de água misturada com veneno correu com força destruindo
tudo que via pela frente poluindo e destruindo mananciais, arrastando animais e
matando centenas de pessoas.
O que a mineradora vale fez para amenizar a dor
dos familiares das pessoas assassinadas na cidade?
Nada!
Escrevi o nome da
mineradora com letra minúscula para mostrar a pequenez desta empresa que suga
as riquezas do solo brasileiro há várias décadas.
Para a vale e outras mineradoras, quanto vale uma vida?
Quando vale uma floresta devastada?
Peixes e outros animais mortos não têm nenhum valor na bolsa de valores.
Pouca gente e poucos países
reconhecem que a vida humana, que a vida animal e a natureza como um todo precisam serem respeitadas e protegidas.
Vamos voltar a janeiro deste ano.
Os políticos dizem ter a fórmula mágica para resolver todos os
problemas.
Mas infelizmente no próximo ano estarei mostrando este texto para
novos leitores.
Porque entra ano e sai ano, tudo fica na mesmice.
Boa tarde! É a primeira vez que venho aqui e me encantei com seu senso crítico, fazendo-nos refletir sobre as atrocidades políticas e humanas, como bem diz no texto, que água não mata, o que mata são as ações impensadas, irresponsáveis da humanidade, isso entra os políticos, os ricos e, também, os pobres que não cuidam da higiene, da saúde e da mãe natureza. Como vim parar aqui? No blog de Zilani vi seu comentário a convidando para vir ler este texto, senti curiosidade e vim, amei, refleti e estou lhe seguindo. É por esse caminho da educação, da leitura, seja prosa, poesia ou qualquer outro gênero, que iremos conscientizar os leitores em qualquer faixa etária. Redes sociais devem ser usadas para isso, construir, levar a pensar e transformar discursos em ações.
ResponderExcluirAbraços afetuosos!
Bom dia Geraldo,
ResponderExcluirEu também estou a lhe visitar pela primeira vez, gostei do seu oportuno grito, o homem transformou-se num predador perigoso, quer a todo custo satisfazer o seu ego sem pensar nas consequências, ações criminosas, construções desordenadas, além da má educação da população, bem sabemos das falsas promessas, bem como a falta de vontade política para as devidas soluções, mas uma coisa é certa, eles não mandam nenhum morador jogar lixo nas ruas.
Por Deus ainda temos a poesia, uma forma de dar o nosso grito, pq não há quem nos escute além do papel.
Gostei de conhecer seu trabalho.
Tenha uma ótima semana.
PS: Linkei seu blog.
Abraço
Olá, Geraldo!
ResponderExcluirUm texto sem papas na língua. Bem verdade o que você escreveu.
Meu blog é aniversariante, hoje. Você é meu convidado. Passe por lá, se lhe for possível. Obrigada!
Beijos para todos e um em especial para Bernardo.
O longo comentário acima do meu e escrito por alguém que diz se chamar de Maria Luisa é falso e assume vários nomes, incluindo o meu.
ResponderExcluirSe trata de um homem, que não sabe português, mas que só diz mal de Portugal e dos portugueses.
Qdo os blogs não tem moderação de comentários, ele aproveita e esbanja todo o seu ódio.
Penso que se trata de uma máfia, e não sei qual o objetivo dela.
Proceda como entender em relação a esse comentário, pke o blog é seu. Obrigada!
Oi, Geraldo, querido amigo!
ResponderExcluirMto grata por ter me vindo fazer uma visitinha, ter "comido" um brigadeiro que coloquei, especialmente, para você, e pelas palavras sinceras e com mto humor que sempre lá deixa. O importante é se sentir mais jovem, qdo lê meus poemas. VIVA A VIDA E SIGA!
Qto ao comentário, que você fez o favor de deletar, só tenho que te agradecer mto, mto, pois detesto mentiras. Portugal não é um nenhum oásis, não, tem gente honesta e quem o não seja, mas a maioria é gente tranquila, honesta e trabalhadora. É um país mto seguro, considerado o mais seguro da Europa e com gente afável, embora não tenham a doçura dos brasileiros, mas somos gente em quem se pode confiar (falo, na generalidade, claro).
Pode eliminar meu comentário sobre esse mentiroso, visto que, agora, já não faz sentido. Obrigada!
Beijos para todos vocês e um mto especial pra você e Bernardo.
Boa tarde de paz, Geraldo!
ResponderExcluirUm absurdo tem acontecido pelas razões tão bem explicadas em seu post.
Coisas piores poderão ocorrer, mas não podemos perder a esperança de dias melhores e resoluções.
Tenha dias abençoados!
Abraços fraternos