Conversando com
conterrâneos da minha idade, (63 anos), percebi com tristeza, que uma grande
maioria está perplexa com o abandono da nossa cidade com tanto lixo e entulho espalhados
por todos os lados nos dando a impressão de estarmos vivendo em um verdadeiro
lixão a céu aberto.
Somos um povo sem
história e sem memória, e todos os prefeitos que nos governaram, e que nos
governa, não tem nenhum compromisso com a preservação do meio ambiente e com a
ecologia.
Vejam alguns
exemplos.
Alguns donos de
bares, amigos do Rei, transformaram as calçadas, as praças e ruas em espaços privados para gerar
mais lucro.
Dá nojo andar nas
Praças do Óleo e São Cristóvão, e agora, na rua do Rosário, principalmente numa
manhã de segunda feira, quando o lixo do que rendeu lucro é deixado para que a
prefeitura faça o trabalho que deveria ser dos proprietários, dos bares e dos restaurantes.
Citei apenas dois
exemplos.
Isso acontece na
cidade inteira.
Quando um prefeito
sem noção derrubou a velha matriz de Nossa Senhora do Carmo não se ouviu uma
voz protestando contra esse crime, e até hoje as pessoas perguntam onde foram
parar as Imagens da igreja, os bancos, as portas e janelas, e as madeiras que
eram verdadeiras relíquias.
Quem será que lucrou
com todo o acervo que pertencia a todos, e era motivo de verdadeiro sentimento
de fé de um povo simples e trabalhador?
E aquele ferro velho
enferrujado na praça Milton Campos?
Será que alguém um
pouco mais inteligente pode achar que aquilo faz lembrar a velha Matriz?
Temos uma CASA DA
CULTURA, e uma SECRETARIA, que de cultura só tem o nome.
Nenhum incentivo é
dado para as pessoas pensantes e artistas locais, apenas os apadrinhados da
política conseguem ter algum projeto aprovado.
O único Concurso
Literário realizado aqui foi em 1990, pelo então prefeito Osvaldo Franco.
Se houve outros,
divulgaram apenas para os amigos.
O antigo Colégio
Comercial virou museu, só no nome, porque lá não tem nada para mostrar, e o
quase nada é escondido de todos, porque nunca vi um museu não abrir suas portas
para o povo em dias de sábado e domingo.
O rio Betim que antes
era o cartão postal da cidade, agora carrega apenas lixo jogado por um
povo que não entende nada de ecologia, e a podridão do descaso dos políticos,
como um deles, que para se eleger gritou aos quatro cantos da cidade que
voltaria a nadar e pescar nesse mesmo rio, mas pelo que se sabe, ele não teve
coragem de se mergulhar na merda que o rio carrega.
O Lar Vicentino
Divino Ferreira Braga é um dos lugares mais bonitos da nossa cidade, com muita
dificuldade e carinho, acolhe cinquenta e cinco (55) moradores.
Se eu disser que ele
recebeu a visita de 0,5 % dos políticos da nossa cidade, estou sendo muito generoso.
Uma diretoria
voluntária é obrigada a ficar refém de uma política que não privilegia os mais
pobres e recebe uma esmola do poder público, e precisa dizer que recebe verba.
Esta instituição
deveria ser incluída no roteiro de visitas de autoridades e personalidades que
visitam nossa cidade.
OBS.: Ao escrever
este tópico não pedi nenhuma autorização da atual Diretoria, escrevi com base
na vivência de quatro anos como presidente dessa instituição no período de 2005
a 2009.
Tomara que alguma
coisa tenha mudado.
Eu poderia escrever
horas e mais horas, mas vou parar por aqui, se alguém quiser acrescentar ou
questionar alguma coisa é só mandar um recado.
Quero deixar aqui
minha admiração por algumas famílias que nasceram ou vieram para cá e criaram
seus filhos neste paraíso, e souberam como ninguém mostrar o que foi viver com
honestidade. Eu poderia citar algumas, mas não quero correr o risco de esquecer
alguém que merece ser lembrado.
É uma pena, mas tudo
isso ficou no passado, e o mais triste de tudo isso, é que este não é o retrato
só da minha cidade, é sem dúvida um retrato mofado da maioria das cidades desse
nosso país.
Olá Geraldo! Passando para te cumprimentar, e dizer que o descaso das autoridades (in)competentes, é um mal bastante comum no país inteiro. Está certo. O povo tem que gritar para ver se muda alguma coisa. Belo post amigo.
ResponderExcluirAbraços,
Furtado.