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NOSSA IGREJA DESTRUÍDA PELA IGNORÂNCIA EM 1951 |
Conversando com conterrâneos da minha
idade, 63 anos, percebi com tristeza que uma grande maioria está perplexa com o
abandono da nossa cidade com tanto lixo e entulho espalhados por todos os lados
nos dando a impressão de estarmos vivendo em um enorme lixão a céu
aberto. Somos um povo sem história e sem memória, e todos os prefeitos que
nos governaram não tinham, e que nos governa agora também não tem nenhum
compromisso a nossa história e nem com a preservação do meio ambiente.
Vejam alguns exemplos: Muitas
empresas, entre as quais, as de alimentação, transformaram as calçadas, as
praças e as ruas em espaços privados. Dá nojo andar nas Praças do
Óleo e São Cristóvão, e agora, na rua do Rosário, principalmente numa manhã de
segunda feira quando o lixo daquilo que rendeu lucro é deixado para que a
prefeitura faça o trabalho de juntar e recolher o lixo da ignorância ecológica
da maioria dos proprietários das empresas. Citei apenas dois exemplos, mas isso
acontece na cidade inteira.
Quando um prefeito sem noção derrubou a velha matriz de Nossa Senhora do Carmo
não se ouviu uma nenhuma voz protestando contra esse crime e até hoje as
pessoas perguntam onde foram parar as Imagens da igreja, os bancos, as portas e
janelas e as madeiras que eram verdadeiras relíquias. Quem será que lucrou
com todo o acervo que pertencia a todos e era motivo de verdadeiro sentimento
de fé de um povo simples e trabalhador?
E aquele ferro velho enferrujado na praça Milton Campos? Será que alguém
um pouco mais inteligente pode achar que aquilo faz lembrar a velha Matriz?
Temos uma Casa e uma Secretaria da Cultura, que de cultura só tem o nome.
Nenhum incentivo é dado para as pessoas pensantes e artistas locais, apenas os
apadrinhados da política conseguem ter algum projeto aprovado.
O único concurso literário realizado aqui foi em 1990, pelo então prefeito
Osvaldo Franco. Se houve outros, divulgaram apenas para os amigos.
O antigo Colégio Comercial virou museu, só no nome, porque lá não tem nada para
ser mostrado, e esse quase nada é escondido de todos porque nunca vi um museu
não abrir suas portas para o povo em dias de sábado e domingo.
O rio Betim que antes era o cartão postal da cidade, agora carrega apenas lixo
jogado por um povo que não entende nada de ecologia, e pelo do descaso dos
políticos, como um deles, que para se eleger gritou aos quatro cantos da cidade
que voltaria a nadar e pescar nesse mesmo rio, mas pelo que se sabe, ele não
teve coragem de se mergulhar na merda que o rio carrega.
Eu poderia escrever horas e mais horas,
mas vou parar por aqui, se alguém quiser acrescentar ou questionar alguma coisa
é só mandar um recado.
Quero deixar aqui minha admiração por algumas famílias que nasceram ou vieram
para cá e criaram seus filhos nesse pedaço de chão que já foi um paraíso, e que
souberam como ninguém mostrar o que foi viver com honestidade. Eu poderia citar algumas, mas não quero
correr o risco de esquecer alguém que mereça ser lembrado.
É uma pena, mas tudo isso ficou no
passado, e o mais triste de tudo, é que este não é o retrato só da minha
cidade, é sem dúvida um retrato mofado da maioria das cidades desse nosso país.
Olá Geraldo! Passando para te cumprimentar, e dizer que o descaso das autoridades (in)competentes, é um mal bastante comum no país inteiro. Está certo. O povo tem que gritar para ver se muda alguma coisa. Belo post amigo.
ResponderExcluirAbraços,
Furtado.