17 agosto, 2010

DEUS AMAVA O NÚMERO PAR

                                                                               
            


     

Hoje é. É tarde/noite de um feriado quando a igreja celebra o  dia de Corpus Christis. Estou sentado confortavelmente em minha cozinha tomando um café enquanto meus três filhos ficam entretidos no computador e me  deu uma vontade danada de escrever. Estou precisando escrever algo que não me lembre nada de ruim! A vontade de escrever foi na verdade a maneira que encontrei para reabrir um canal entre mim e o Criador há muito tempo interrompido.  Preciso conversar com Ele! Na verdade, eu preciso fazer a pergunta que São Francisco lhe fez:” Senhor o que queres que eu faça”? Longe de mim querer imitar o Santo que mais imitou Cristo. Longe de mim querer ouvir a mesma resposta de Deus.: “Vai e reconstrói a minha Igreja". Que esta Igreja está novamente precisando de uma nova reforma, na minha modesta opinião, não resta a menor dúvida. Que esta Igreja está precisando de novos Franciscos e Luteros para novamente ganhar contornos de “Igreja Santa e  Pecadora” também não resta a menor dúvida. Que está na hora de tirar a tinta velha e dar uma nova textura na maneira de enxergar o Cristo que continua sendo crucificado todos os  dias, é algo que precisa ser feito com urgência. Ela precisa deixar de ser “a minha Igreja” para ser a casa de todos. É preciso que a casa do Pai ganhe uma roupagem nova para que não seja somente a Igreja do Pastor, do Padre, do Rabino, do Ancião ou do Papa, e muito menos daquelas pessoas que por prestarem algum serviço se acham donos da verdade e que já estão com seus lugares garantidos no céu. O templo do Espírito Santo que é o coração do ser humano está vazio, e sentindo-se abandonado chora de fome, de frio, de sede, de justiça e principalmente de amor, e é isso muitas vezes o leva a pensar que Deus o abandonou. 
Deus não abandona! 
Deus é deixado de lado todas as vezes que alguém comete um ato de injustiça contra quem e o que for. Ele é Pai, Filho e Espírito Santo, e é no seio dessa família que precisamos nos aninhar, e ela está de portas abertas para receber os que estão aflitos, os corações que sangram e as almas que clamam por justiça. 
Hoje mais do que nunca eu preciso falar com Deus. Não para pedir! Para agradecer por tudo que tenho e tudo que não conquistei porque não pude ou não tive competência para conquistar. Agradecer por estar vivo tendo coragem de colocar minhas ideias a serviço dos irmãos menores. Como não tenho a pretensão de conseguir imitar São Francisco só me resta olhar para Nossa Senhora e repetir suas palavras: “Faça-se em mim a Sua vontade”, e pedir a Deus que me dê sabedoria e discernimento para ouvir quando Ele falar por outras bocas. 
Que eu possa me emocionar quando O enxergar no sorriso de uma criança ou na rabugice de um idoso que parecendo saber chegar sua hora, começa a agir como criança para colocar-se novamente no colo de quem se doou por amor.  
Preciso pedir que não me deixe ficar indiferente diante da injustiça, e quando nada mais puder fazer, que eu possa olhar para sua imagem e pedir sua ajuda.
Não de um crucificado. Mas de um Cristo vivo que se apresenta de várias formas me pedindo para segui-Lo. Em corpos de homens, mulheres e crianças.
Que se apresenta na agonia das nascentes de águas cristalinas que estão sendo mortas em nome do progresso. Quero ouvir ecoar todos os dias a mesma pergunta feita a Francisco. E todos os dias perceber que estou devendo uma resposta para Deus 

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