17 agosto, 2010

DEUS AMAVA O NÚMERO PAR

                                                                               
            


     
De repente comecei a pensar em Deus e descobri que Ele tinha uma predileção especial pelo número par. Dentro da minha ótica, mesmo sendo um analfabeto, a maioria das maravilhas que Ele criou a foi concebida aos pares. Será que não foi para nos dizer que neste mundo nada, principalmente as pessoas  foram criadas para o isolamento?
Nesse mundo onde uma grande parcela dos seus habitantes estão deixando de serem humanos milhares de pessoas ainda não entenderam que nada e ninguém, por mais que queiram, conseguem viverem sozinhos.
Uma pedra no meio da imensidão de um deserto não está só, além de ser parte integrante da areia é ponto de referência para os caminhantes.É antes ou depois daquela pedra.”
Uma única arvore enfeitando a paisagem de um descampado também não está sozinha, ela é parte integrante ou sobrevivente de uma natureza destruída que bravamente se funde com o céu com suas raízes fincadas na terra em um sincronismo perfeito.
E no sexto dia Deus viu que tudo era bom”.
No seu maior momento de inspiração Deus deu vida ao homem como sua imagem e semelhança.
Era apenas um!
Como a primeira criatura estava ímpar e se sentia solitária o Divino Mestre tratou logo de aprimorar o que era perfeito e criou a mulher para completar o par que daria sequência na formação da humanidade.
Vamos analisar como fomos concebidos aos pares.
Uma cabeça com um cérebro dividido em dois, com funções diferentes e perfeitamente sincronizados controlando todo o corpo como uma orquestra perfeita, uma parte que dorme e outra trabalhando vinte e quatro horas por dia. 
Dois olhos que fotografam e revelam ao mesmo tempo as maravilhas que Ele criou e que mostra o caminho que as pessoas  precisam trilhar na construção da sua existência. 
Dois ouvidos para captar o som da sinfonia perfeita da natureza, dos pássaros e de outros bichos, e que muitas vezes nos faz suportar as aberrações agressoras dos barulhos da modernidade. 
Um nariz com duas cavidades para receber o oxigênio que nos dá vida e expulsar o gás carbônico que nos mata, para sentir o perfume das plantas e das flores e dos bichos e das pessoas. Para sentir o odor que atraí o parceiro (a) e dos perfumes criados para dar um toque de magia na entrega de dois corpos. 
Uma boca formada por dois lábios que se abrem para falar e se fecham para um beijo que abre as portas do prazer. Dois braços para trabalhar e ganhar o sustento, para embalar e abraçar uma criança com ternura, para acolher com carinho os mais velhos e abraçar a pessoa amada na hora do aconchego. 
Duas mãos com dez dedos para acariciar, provocar arrepios, se abrirem em um gesto de carinho e de paz, para acolher e abençoar ou se fechar para agredir. 
Dois pulmões que filtram e purificam o ar. 
Dois rins para filtrar o sangue que corre levando os nutrientes de vida para a “máquina” humana perfeita. 
Duas grandes artérias que transportam este sangue em uma corrida frenética pela vida. 
Dois intestinos para processar os alimentos e tirar as vitaminas necessárias para que os pares trabalhem em harmonia. 
Duas mamas que amamentam com carinho e que ao mesmo tempo são dois seios que enfeitam e provocam os amantes. 
Duas pernas para correr, saltar, para brincar e caminhar ao encontro ou ao lado de um irmão. Para subir no topo de uma montanha e descer aos confins da terra. 
Dois pés com seus dez dedos para caminhar a passos largos ou calmamente sobre a relva e para poder a cada dia se ver numa encruzilhada para desfrutar a liberdade de escolher o caminho a percorrer. 
Um órgão genital que precisa se fundir com outro e formar par numa relação de amor ou de tesão, ou só de tesão, para que uma nova vida seja gerada.
De um dos lados do peito, um coração com dois átrios, esquerdo e direito batendo incessantemente para que o seu pulsar faça a vida continuar brotando e se renovando a cada dia.
Adão e Eva.
Sodoma e Gomorra,
Antigo e Novo Testamento.
Os mandamentos eram dez.
Os  quarenta livros da Bíblia foram agrupados em quatro classes.
O livro Atos dos Apóstolos tem quatorze epistolas.
Roma e Athenas.
Os apóstolos eram doze e  Cristo os mandou irem de dois em dois pregarem o evangelho.
Judas recebeu 30 moedas para traí-Lo
Céu e inferno.
Noite e dia.
Sol e lua.
Fauna e flora.
Água e fogo
Calor e frio
Terra e mar.
Vida e morte.
E que a mais perfeita criação continue se multiplicando aos pares, e que num futuro não muito distante ninguém se sinta só, e que em cada coração haja lugar para alguém estar sempre formando par-ceria para a vida e para o amor.


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