Outro dia, de dentro do carro
parado no semáforo fiquei observando um pequeno grupo de pessoas rodeando um
cachorro agonizante na calçada. Alguns demonstraram sua indignação. Gesto
bonito! Dias depois, vendo o noticiário vi uma manifestação que protestava para
acabar com a violência contra os animais. Bonito gesto!
O que me deixa perplexo é que
nunca vi um grupo de pessoas indignadas rodeando um morador de rua dormindo
envolto em trapos imundos. As pessoas que passam pelas ruas das grandes cidades
só param diante de um morador de rua quando ele já está morto.
Indiferença? Ou o abandono do ser
humano é coisa corriqueira, ou existem mais pessoas jogadas fora como sucata,
do que animais sarnentos vagando pelas ruas?
Quem está mais abandonado, pessoas
ou animais?
Que os animais precisam de
proteção contra seu maior predador, é um fato. Mas quem protege o predador que
está deixando de ser humano? Somente Deus? Quem quer proteger a vida de quem
nada possui?
Defender um animal é muito fácil,
ele não reclama. Para defender a vida de um ser humano é preciso aceitação e
comprometimento, o que a maioria das pessoas não querem doar.
Nunca assisti um movimento a
favor da vida, enquanto ainda há vida, isto só acontece quando um crime bárbaro
é cometido.
Porque não lutar pela vida antes
que a morte se apodere dela?
Não!
Poucos querem se comprometer, e
muitos se deixam levar pelos holofotes dos meios de comunicação fazendo pose
diante e durante uma desgraça. E nessa hora muitos se transformam em fotógrafos.
Aposto que vendo o noticiário muitas pessoas se apontam com o dedo e perguntam:
Eu fiquei bem na foto?
Precisamos defender os animais,
mas antes de tudo precisamos defender a vida das pessoas, principalmente das
que sofrem qualquer tipo de abandono e estão marginalizadas pela pelos governos
e pela sociedade. Precisamos lutar contra os desmandos de políticos sacanas que
nos torturam roubando o dinheiro que poderia melhorar os serviços de saúde,
educação, segurança e moradia.
O jornal Estado de Minas de hoje,
28/01/12 traz uma reportagem mostrando que somente os vereadores de Belo
Horizonte gastarão C$ 147.000,00 com lanches. E nesse imenso país, quanto é
gasto para manter esta corja de políticos no poder? Poder que nós mesmos damos a eles e não temos
coragem de protestar, enquanto se gasta tempo para ficar discutindo vida de
cachorros e gatos, em detrimento da vida humana que está deixando de existir.
No texto COMO
CÃES E GATOS enalteço os defensores dos
animais e faço a seguinte pergunta: Quem tem condição financeira para dar
condição de vida quase humana a cães e gatos, será que faz também alguma doação
para asilos e creches que lutam para cuidar de pessoas?
Em quase todas as cidades existem
a Associação Protetora dos Animais.
Quem vai se atrever e ter coragem
de fundar a Associação Protetora do Ser Humano?
Precisamos defender a vida do
planeta como um todo
O mundo está sendo torturado e
morto por todos nós.
Quem precisa de mais proteção?
O ser humano. ou os animais?
Se protegermos a vidas e a
dignidade das pessoas, se a justiça punir com o mesmo rigor, pobres e ricos,
pretos e brancos, com certeza os animais deixarão de serem maltratados.
O cantor já disse e faz tempo e nada mudou.
Um belo fim de semana a voce.
Meu abraço.
Gritante texto, o seu!
Será que alguém vai ouvir?
Sem dúvida, que o ser humano é muito desprezado.
Nada tenho contra os animais, mas os HUMANOS, têm prioridade.
Beijos de luz.
Ontem trabalhei com meus alunos o texto que posto aqui.Seus sentimentos são meus sentimentos.
Grande abraço
se cuida
GENTE É BICHO E BICHO É GENTE
Querido Diário, não tenho mais dúvida de que este mundo está virado ao avesso! Fui ontem à cidade com minha mãe e você não faz idéia do que eu vi. Uma coisa horrível, horripilante, escabrosa, assustadora, triste, estranha, diferente, desumana... E eu fiquei chateada.
Eu vi um homem, um ser humano, igual a nós, remexendo na lata de lixo. E sabe o que ele estava procurando? Ele buscava, no lixo, restos de alimento. Ele procurava comida!
Querido Diário, como pode isso? Alguém revirando uma lata cheia de coisas imundas e retirar dela algo para comer? Pois foi assim mesmo, do jeitinho que estou contando. Ele colocou num saco de plástico enorme um montão de comida que um restaurante havia jogado fora. Aarghh!!! Devia estar horrível!
Mas o homem parecia bastante satisfeito por ter encontrado aqueles restos. Na mesma hora, querido Diário, olhei assustadíssima para a mamãe. Ela compreendeu o meu assombro. Virei para ela e perguntei: “Mãe, aquele homem vai comer aquilo?” Mamãe fez um “sim” com a cabeça e, em seguida, continuou: “Viu, entende por que eu fico brava quando você reclama da comida?”.
É verdade! Muitas vezes, eu me recuso a comer chuchu, quiabo, abobrinha e moranga. E larguei no prato, duas vezes, um montão de repolho, que eu odeio! Puxa vida! Eu me senti muito envergonhada!
Vendo aquela cena, ainda me lembrei do Pó, nosso cachorro. Nem ele come uma comida igual àquela que o homem buscou do lixo. Engraçado, querido Diário, o nosso cão vive bem melhor do que aquele homem.
Tem alguma coisa errada nessa história, você não acha?
Como pode um ser humano comer comida do lixo e o meu cachorro comer comida limpinha? Como pode querido Diário, bicho tratado como gente e gente vivendo como bicho? Naquela noite eu rezei, pedindo que Deus conserte logo este mundo. Ele nunca falha. E jamais deixa de atender os meus pedidos. Só assim, eu consegui adormecer um pouquinho mais feliz.
(OLIVEIRA, Pedro Antônio. Gente é bicho e bicho é gente.
Parabéns pelo texto. Você é formidável.
Só para lembrar para quem esqueceu, o meio ambiente e a natureza também é composta por nós, seres humanos.
Bonitos e profundos comentários.
Gostei de ler. Fico feliz por você.
Mil e uma noites não davam, eram poucas? Nossa, quase três anos, sabia?
Bom Domingo.
Beijos de luz.
Peço perdão pelo tempo que estive ausente, estava bastante atarefado com os estudos e me dedicando um pouco mais. Aaah, essa nossa sociedade! Como ela se torna condenável a cada dia, que façamos do seu texto o julgamento que nos acorde para vê a real situação que estamos. Até mais'