Este
poema foi escrito no dia 23/12/2005, infelizmente até hoje nada mudou
Quando olho o rio da minha
infância
carregando lixo e esgoto no
lugar da água onde nadei
Dói no fundo da minha alma
porque vi tudo isso
acontecer e me calei
Quando vejo e escuto o rio da minha
infância
Asfixiado, gritando por
socorro
sem água para cantar sobre as
pedras
Dói fundo na minha alma
por covardemente, ter ficado
indiferente
Quando olho o rio da minha
infância sendo destruído
Morrendo aos poucos
Dói fundo no meu coração
por ter sido covarde
e não ter esboçado nenhuma
reação
Quando olho o rio da minha infância
sem os peixes como os que eu
pescava
sem a água como a que eu bebia
Dói fundo no meu pensamento pela
minha omissão,
E da responsabilidade que
fugi
Onde foram parar os rios?
Será que ainda dá tempo...
De recuperar?
Tempo de tirar o concreto,
para que a água volte a
cantar?
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