Ah! Como eu gostaria de não ter temas como
esses para serem abordados. No exato momento que comecei a escrever os
meus olhos deixaram brotar algumas lágrimas. Mas “assim caminha a humanidade”! A robotização de pessoas de todas as idades
me assusta. Os seres humanos estão sendo robotizados, como muitas vezes nos é
mostrado nos cinemas em filmes de ficção onde a arte imita a vida Infelizmente, agora a vida está imitando a
arte. O engraçado é que ao começar a escrever,
dei uma parada, e como de costume, sai para dar uma olhada na rua através da
grade. Não gosto de muros como os de uma prisão. Uma moça sentada na minha calçada chorava
copiosamente falando ao telefone, educadamente perguntei se ela precisava de
alguma ajuda. Bastaria uma resposta simples, sim ou não, mas apressadamente ela
se levantou dizendo que iria se sentar na calçada do outro lado. Entrei, e o mundo lá fora continuou com sua
rotina. A cada dia que passa fico cada vez mais
apavorado. Todos os meses ministro uma palestra para
as pessoas que vão batizar os filhos, e pude perceber que a maioria dos
padrinhos têm o mesmo sobrenome dos pais. A maioria dos padrinhos e madrinhas são
parentes. Ponderando com os participantes eu lhes
dizia que esse seria o momento propício para trazerem um amigo ou amiga para
mais perto. A resposta quase sempre era a mesma:
Confiar em quem? É muito fácil concluir que as amizades de
verdade estão deixando de existir. As
famílias estão se fechando em seu mundo solitário protegidas por um
“muro de prisão” onde os filhos são aprisionados em uma rede de comunicação
necessária e perversa ao mesmo tempo. E a grande tristeza que nos envolve. Parentes também são cem por cento
confiáveis? Parece que não! Constantemente vemos nos noticiários
crianças sendo assassinadas por motivos torpes. nojentos e infames. E olho para os meus filhos com um olhar de
ternura e de melancolia, e fico a me perguntar... Como será o futuro dessa
minha geração que estou deixando abandonada à mercê da criminalidade,
escravizada por políticos corruptos e sendo doutrinadas por pregadores que só
pensam em acumular riquezas? Fico triste quando vejo crianças
escravizadas pela tecnologia agredindo seus pequenos ouvidos com fones de todas
as cores, escondendo o brilho inocente de um olhar que deveria estar começando
a descobrir um mundo de fantasias. Que agora não é mais o seu mundo. Como faço sempre questão de frisar, talvez
por ser um velho gagá e analfabeto ainda não consegui assimilar os novos
tempos. Quem tiver uma resposta plausível,
responda-me por favor. É normal uma criança pintar os cabelos, e
os pais moderninhos acharem que isso é insignificante, e que ninguém tem nada
com suas vidas? Será que não é por isso que crianças que deveriam estar
carregando uma boneca no colo, agora estão carregando bonecas de carne e osso
dentro do ventre? Esta geração de pais com seus 25 a 40 anos
está preparada para educar os filhos nos valores básicos que se pede de um ser
humano, ou isso também é coisa do passado? Acabei de ver uma reportagem de um fato
ocorrido no Rio Grande do Sul onde um casal entretém os funcionários de uma
loja para que seus filhos possam roubar diversos produtos. Quantos pais como esses estão espalhados
por esse Brasil afora? E aqueles que não roubam diretamente, mas
fingem não saber de nada quando um filho chega em casa com um tênis, um
celular, ou qualquer outro objeto que normalmente ele não teria condição de
comprar? Esse é o país dos políticos ladrões, com
algumas poucas exceções. Este é o país da lei de Gerson onde muitos
cultuam a máxima de levar vantagem em tudo. Esse deveria o país onde todos seguissem o
brasileiro Rui Barbosa que em l914 nos presenteou com esta joia; "De
tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver
crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, e ter vergonha de ser
honesto". Você conhece algum político brasileiro que
pode ler essas palavras e continuar vivendo tranquilamente com a certeza que
nada do que foi dito ali o atinge? E nós também, podemos?
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