ESTA É A HERANÇA QUE VAMOS DEIXAR PARA OS NOSSOS FILHOS. |
Quero pedir licença às
pessoas da minha idade porque agora estou escrevendo para uma galera diferente.
Este texto está sendo escrito para os jovens de quinze aos quarenta anos que
são os herdeiros e donos do mundo.
Gostaria que eles e elas
pedissem a seus pais e avós que lhes falem como era a vida deles há
quarenta anos atrás, e eu vou falar da minha Betim, uma cidade da região metropolitana de
Belo Horizonte.
As quatro estações do
ano eram distintas e vinham para embelezar e dar vida a tudo que Deus criou.
Primavera.
Inverno.
Outono.
Verão.
Cada uma delas tinha seu tempo certo para começar e terminar, e raramente uma invadia o espaço
da outra.
A primavera vinha com o
perfume das flores e dos frutos e um com vento brando soprando como se
estivesse fazendo caricias semelhantes às de alguém apaixonado.
O inverno vinha trazendo
o frio que chegava a rachar nossos lábios nos convidando para um recolhimento
regado a um bom vinho ou uma cachaça, acompanhados de verdadeiras maravilhas em
forma de tira-gosto.
O outono vinha com seu
vento forte arrancando as folhas das arvores e trazendo as chuvas que duravam
dias e transformava a meninada em engenheiros construtores de represas para
cercar as enxurradas que desciam dos morros fazendo buracos porque naquele tempo
pouca gente sabia o que era asfalto.
O verão vinha aquecer o
corpo e o coração das pessoas para que pudessem aproveitar o máximo da luz e da
energia do astro rei.
Era exatamente assim!
E hoje?
As quatro estações são
conhecidas apenas pelas datas porque em um só dia elas se manifestam ao mesmo
tempo perturbando a vida de todas as criaturas de Deus. A causa deste
desarranjo está visível em todos os lugares onde o lixo seco se mistura com o
lixo úmido jogados nas ruas e visto a cada fração de segundo em que o nosso olhar
é lançado para um determinado ponto. Estou dizendo que a culpa é da poluição
causada pela falta de educação ecológica de muitas pessoas de todas as classes
sociais. É por isto que estou falando para os mais jovens que estão
tomando posse da herança maldita que estamos deixando para eles. Eu queria que
esses meninos e meninas de todas as idades, de todas as classes sociais e de
todas as raças e de todas as religiões se unissem para mudar a mentalidade
ecológica desses novos tempos. Eu queria que eles passassem a observar a
boca de lobo da sua rua, com ou sem tampa, que deveria levar o
esgoto e que está sempre entupida pela nossa estupidez. Eu queria que os
moradores dos bairros nobres começassem a observar que poucos são os que reciclam
o lixo, mesmo onde existe coleta seletiva, nos dando a impressão que os ricos
não sabem o que preservação da natureza. Eu queria que os moradores da
periferia lutassem contra os que jogam o lixo nas ruas e calçadas e em lotes
vagos ou no leito de córregos agonizantes. Eu queria criassem uma
consciência ecológica para que a pobreza e o abandono dos órgãos públicos não
fossem os únicos responsáveis e desculpa para serem obrigados a dividir seu
espaço com ratos e outros bichos peçonhentos.
Eu queria que os jovens
começassem uma luta, ou diríamos uma guerra, para que a Mãe Natureza volte a
ser respeitada. E para isso é preciso
lutar contra os políticos corruptos e contra o poder econômico e principalmente
contra a nossa própria ignorância que nos faz ficar alheios achando que o
progresso e a tecnologia e a ciência vão conseguir realizar um milagre maior
que o de Deus e recuperar tudo que foi destruído.
Nasci e moro na cidade
de Betim, e em praticamente em todos os bairros, com raríssimas exceções, havia
uma ou mais nascentes de águas cristalinas que formavam pequenos riachos que
eram a alegria das lavadeiras e das crianças que corriam para ver os peixes
nadando para todos os lados. Todos os quintais tinham uma horta e algumas
árvores frutíferas. Os frutos silvestres que hoje talvez ainda existam em
algumas cidades do interior eram abundantes e saboreados como um manjar dos
deuses. A natureza era exuberante com suas plantas e suas nascentes que
formavam córregos, riachos e rios, e era
muito diferente do que observamos hoje.
Hoje fazendo minha
caminhada de todos os dias em uma pista margeando o que sobrou do rio da minha
infância comecei uma conversa com uma galera imaginável como se ao meu lado
estivesse caminhando alguém. Eram cinco horas da manhã com uma temperatura
amena e uma leve chuva salpicando meu rosto e embaçando meus óculos.
Daqui a cinquenta anos
os meus e os seus filhos e netos suportarão quantos graus?
Daqui a cinquenta anos
ainda haverá água para matar a sede dos nossos filhos e netos?
Hoje ela ainda é potável
e muito cara, e está acabando sem que a maioria das pessoas esbocem algum tipo
de preocupação. Comecemos a fotografar e filmar tudo que ainda existe de
preservação para que os nossos filhos daqui a uns cinquenta anos possam assistir com tristeza ou com alegria. Com
alegria se os herdeiros tiverem conseguido mudar o jeito de tratar a filha
predileta da Mãe Natureza, a nossa irmã água que se indigna até com a mais simples
agressão que é usa-la para substituir a vassoura, e lavar o carro todos os dias
sem ao menos se dar ao luxo de fechar a torneira enquanto esfrega a lataria
reluzente.
Com tristeza quando
verem as fotos ou assistir os filmes e depois olharem pelas janelas e ver que até o que foi gravado
já não mais existe.
Quero pedir licença às
pessoas da minha idade porque agora estou escrevendo para uma galera diferente.
Este texto está sendo escrito para os jovens de quinze aos quarenta anos que
são os herdeiros e donos do mundo.
Gostaria que eles e elas pedissem a seus pais e avós que lhes falem como era a vida deles há quarenta anos atrás, e eu vou falar da minha Betim, uma cidade da região metropolitana de Belo Horizonte.
As quatro estações do ano eram distintas e vinham para embelezar e dar vida a tudo que Deus criou.
Primavera.
Inverno.
Outono.
Verão.
Cada uma delas tinha seu tempo certo para começar e terminar, e raramente uma invadia o espaço da outra.
A primavera vinha com o perfume das flores e dos frutos e um com vento brando soprando como se estivesse fazendo caricias semelhantes às de alguém apaixonado.
O inverno vinha trazendo o frio que chegava a rachar nossos lábios nos convidando para um recolhimento regado a um bom vinho ou uma cachaça, acompanhados de verdadeiras maravilhas em forma de tira-gosto.
O outono vinha com seu vento forte arrancando as folhas das arvores e trazendo as chuvas que duravam dias e transformava a meninada em engenheiros construtores de represas para cercar as enxurradas que desciam dos morros fazendo buracos porque naquele tempo pouca gente sabia o que era asfalto.
O verão vinha aquecer o corpo e o coração das pessoas para que pudessem aproveitar o máximo da luz e da energia do astro rei.
Era exatamente assim!
E hoje?
As quatro estações são conhecidas apenas pelas datas porque em um só dia elas se manifestam ao mesmo tempo perturbando a vida de todas as criaturas de Deus. A causa deste desarranjo está visível em todos os lugares onde o lixo seco se mistura com o lixo úmido jogados nas ruas e visto a cada fração de segundo em que o nosso olhar é lançado para um determinado ponto. Estou dizendo que a culpa é da poluição causada pela falta de educação ecológica de muitas pessoas de todas as classes sociais. É por isto que estou falando para os mais jovens que estão tomando posse da herança maldita que estamos deixando para eles. Eu queria que esses meninos e meninas de todas as idades, de todas as classes sociais e de todas as raças e de todas as religiões se unissem para mudar a mentalidade ecológica desses novos tempos. Eu queria que eles passassem a observar a boca de lobo da sua rua, com ou sem tampa, que deveria levar o esgoto e que está sempre entupida pela nossa estupidez. Eu queria que os moradores dos bairros nobres começassem a observar que poucos são os que reciclam o lixo, mesmo onde existe coleta seletiva, nos dando a impressão que os ricos não sabem o que preservação da natureza. Eu queria que os moradores da periferia lutassem contra os que jogam o lixo nas ruas e calçadas e em lotes vagos ou no leito de córregos agonizantes. Eu queria criassem uma consciência ecológica para que a pobreza e o abandono dos órgãos públicos não fossem os únicos responsáveis e desculpa para serem obrigados a dividir seu espaço com ratos e outros bichos peçonhentos.
Eu queria que os jovens começassem uma luta, ou diríamos uma guerra, para que a Mãe Natureza volte a ser respeitada. E para isso é preciso lutar contra os políticos corruptos e contra o poder econômico e principalmente contra a nossa própria ignorância que nos faz ficar alheios achando que o progresso e a tecnologia e a ciência vão conseguir realizar um milagre maior que o de Deus e recuperar tudo que foi destruído.
Nasci e moro na cidade de Betim, e em praticamente em todos os bairros, com raríssimas exceções, havia uma ou mais nascentes de águas cristalinas que formavam pequenos riachos que eram a alegria das lavadeiras e das crianças que corriam para ver os peixes nadando para todos os lados. Todos os quintais tinham uma horta e algumas árvores frutíferas. Os frutos silvestres que hoje talvez ainda existam em algumas cidades do interior eram abundantes e saboreados como um manjar dos deuses. A natureza era exuberante com suas plantas e suas nascentes que formavam córregos, riachos e rios, e era muito diferente do que observamos hoje.
Hoje fazendo minha caminhada de todos os dias em uma pista margeando o que sobrou do rio da minha infância comecei uma conversa com uma galera imaginável como se ao meu lado estivesse caminhando alguém. Eram cinco horas da manhã com uma temperatura amena e uma leve chuva salpicando meu rosto e embaçando meus óculos.
Daqui a cinquenta anos os meus e os seus filhos e netos suportarão quantos graus?
Daqui a cinquenta anos ainda haverá água para matar a sede dos nossos filhos e netos?
Hoje ela ainda é potável e muito cara, e está acabando sem que a maioria das pessoas esbocem algum tipo de preocupação. Comecemos a fotografar e filmar tudo que ainda existe de preservação para que os nossos filhos daqui a uns cinquenta anos possam assistir com tristeza ou com alegria. Com alegria se os herdeiros tiverem conseguido mudar o jeito de tratar a filha predileta da Mãe Natureza, a nossa irmã água que se indigna até com a mais simples agressão que é usa-la para substituir a vassoura, e lavar o carro todos os dias sem ao menos se dar ao luxo de fechar a torneira enquanto esfrega a lataria reluzente.
Com tristeza quando verem as fotos ou assistir os filmes e depois olharem pelas janelas e ver que até o que foi gravado já não mais existe.
Gostaria que eles e elas pedissem a seus pais e avós que lhes falem como era a vida deles há quarenta anos atrás, e eu vou falar da minha Betim, uma cidade da região metropolitana de Belo Horizonte.
As quatro estações do ano eram distintas e vinham para embelezar e dar vida a tudo que Deus criou.
Primavera.
Inverno.
Outono.
Verão.
Cada uma delas tinha seu tempo certo para começar e terminar, e raramente uma invadia o espaço da outra.
A primavera vinha com o perfume das flores e dos frutos e um com vento brando soprando como se estivesse fazendo caricias semelhantes às de alguém apaixonado.
O inverno vinha trazendo o frio que chegava a rachar nossos lábios nos convidando para um recolhimento regado a um bom vinho ou uma cachaça, acompanhados de verdadeiras maravilhas em forma de tira-gosto.
O outono vinha com seu vento forte arrancando as folhas das arvores e trazendo as chuvas que duravam dias e transformava a meninada em engenheiros construtores de represas para cercar as enxurradas que desciam dos morros fazendo buracos porque naquele tempo pouca gente sabia o que era asfalto.
O verão vinha aquecer o corpo e o coração das pessoas para que pudessem aproveitar o máximo da luz e da energia do astro rei.
Era exatamente assim!
E hoje?
As quatro estações são conhecidas apenas pelas datas porque em um só dia elas se manifestam ao mesmo tempo perturbando a vida de todas as criaturas de Deus. A causa deste desarranjo está visível em todos os lugares onde o lixo seco se mistura com o lixo úmido jogados nas ruas e visto a cada fração de segundo em que o nosso olhar é lançado para um determinado ponto. Estou dizendo que a culpa é da poluição causada pela falta de educação ecológica de muitas pessoas de todas as classes sociais. É por isto que estou falando para os mais jovens que estão tomando posse da herança maldita que estamos deixando para eles. Eu queria que esses meninos e meninas de todas as idades, de todas as classes sociais e de todas as raças e de todas as religiões se unissem para mudar a mentalidade ecológica desses novos tempos. Eu queria que eles passassem a observar a boca de lobo da sua rua, com ou sem tampa, que deveria levar o esgoto e que está sempre entupida pela nossa estupidez. Eu queria que os moradores dos bairros nobres começassem a observar que poucos são os que reciclam o lixo, mesmo onde existe coleta seletiva, nos dando a impressão que os ricos não sabem o que preservação da natureza. Eu queria que os moradores da periferia lutassem contra os que jogam o lixo nas ruas e calçadas e em lotes vagos ou no leito de córregos agonizantes. Eu queria criassem uma consciência ecológica para que a pobreza e o abandono dos órgãos públicos não fossem os únicos responsáveis e desculpa para serem obrigados a dividir seu espaço com ratos e outros bichos peçonhentos.
Eu queria que os jovens começassem uma luta, ou diríamos uma guerra, para que a Mãe Natureza volte a ser respeitada. E para isso é preciso lutar contra os políticos corruptos e contra o poder econômico e principalmente contra a nossa própria ignorância que nos faz ficar alheios achando que o progresso e a tecnologia e a ciência vão conseguir realizar um milagre maior que o de Deus e recuperar tudo que foi destruído.
Nasci e moro na cidade de Betim, e em praticamente em todos os bairros, com raríssimas exceções, havia uma ou mais nascentes de águas cristalinas que formavam pequenos riachos que eram a alegria das lavadeiras e das crianças que corriam para ver os peixes nadando para todos os lados. Todos os quintais tinham uma horta e algumas árvores frutíferas. Os frutos silvestres que hoje talvez ainda existam em algumas cidades do interior eram abundantes e saboreados como um manjar dos deuses. A natureza era exuberante com suas plantas e suas nascentes que formavam córregos, riachos e rios, e era muito diferente do que observamos hoje.
Hoje fazendo minha caminhada de todos os dias em uma pista margeando o que sobrou do rio da minha infância comecei uma conversa com uma galera imaginável como se ao meu lado estivesse caminhando alguém. Eram cinco horas da manhã com uma temperatura amena e uma leve chuva salpicando meu rosto e embaçando meus óculos.
Daqui a cinquenta anos os meus e os seus filhos e netos suportarão quantos graus?
Daqui a cinquenta anos ainda haverá água para matar a sede dos nossos filhos e netos?
Hoje ela ainda é potável e muito cara, e está acabando sem que a maioria das pessoas esbocem algum tipo de preocupação. Comecemos a fotografar e filmar tudo que ainda existe de preservação para que os nossos filhos daqui a uns cinquenta anos possam assistir com tristeza ou com alegria. Com alegria se os herdeiros tiverem conseguido mudar o jeito de tratar a filha predileta da Mãe Natureza, a nossa irmã água que se indigna até com a mais simples agressão que é usa-la para substituir a vassoura, e lavar o carro todos os dias sem ao menos se dar ao luxo de fechar a torneira enquanto esfrega a lataria reluzente.
Com tristeza quando verem as fotos ou assistir os filmes e depois olharem pelas janelas e ver que até o que foi gravado já não mais existe.
Olá estimado Geraldo,
ResponderExcluirBom, entre os 15 e os 40 anos? Ainda, não posso comentar. Tenho 14.
Bom , mas como gosto de você, vou deixar minha opinião.
Na realidade o mundo está em mutação. Antes dessas alterações climatérias, há muitos milhares de anos, a terra teve coberta por glaciares intensos. Depois, o clima foi melhorando, ficando um pouco mais quente.
39º graus? Eu quero ir para aí, posso?
Aqui estão 15ºg. Que frio de corpo e alma.
O FUTURO HA DE SER RISONHO, SE DEUS QUISER.
Beijos de luz.
Olá querido Geraldo,
ResponderExcluirObrigada por suas palavras em meu blog.
Já sou luz que irradia, que incendeia, tomemos cuidado, com as alterações climatéricas.
Vamos rezando para que tudo dê certo.
Beijos de luz.
Olá querido Geraldo,
ResponderExcluirComo vamos de emoções climatéricas?
Bom fim de semana.
Beijos de luz.