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ESTA É A HERANÇA QUE VAMOS DEIXAR PARA OS NOSSOS FILHOS. |
Quero pedir
licença às pessoas da minha idade porque agora estou escrevendo para uma galera
diferente. Este texto está sendo escrito para os jovens de quinze aos quarenta
anos que são os herdeiros e donos do mundo.
Hoje fazendo
minha caminhada de todos os dias em uma pista margeando o que sobrou do rio da
minha infância comecei uma conversa com uma galera imaginável como se ao meu
lado estivesse caminhando alguém.
Eram cinco
horas da manhã com uma temperatura amena e uma leve chuva salpicando meu rosto
e embaçando meus óculos depois de um dia em que a temperatura tinha
atingido a marca de vinte e cinco graus.
Gostaria
que os jovens pedissem a seus pais e avós que lhes falem como era a vida
deles há quarenta anos atrás e eu vou falar da minha cidade da região
metropolitana de Belo Horizonte.
Nasci e
moro na cidade de Betim e em praticamente em todos os bairros, com raríssimas
exceções, havia uma ou mais nascentes de águas cristalinas que formavam
pequenos riachos que eram a alegria das lavadeiras e das crianças que corriam
para ver os peixes nadando para todos os lados.
Todos os
quintais tinham uma horta e algumas árvores frutíferas. Os frutos silvestres
que hoje talvez ainda existam em algumas cidades do interior eram abundantes e
saboreados como um manjar dos deuses. A natureza era exuberante com suas
plantas e suas nascentes que formavam córregos, riachos e rios e era muito diferente do que observamos hoje. As
quatro estações do ano eram distintas e vinham para embelezar e dar vida a tudo
que Deus criou.
Primavera.
Inverno.
Outono.
Verão.
Cada uma delas tinha seu tempo certo para começar e terminar, e raramente uma invadia o espaço
da outra.
A primavera
vinha com o perfume das flores e dos frutos e um com vento brando soprando como
se estivesse fazendo caricias semelhantes às de alguém apaixonado.
O inverno vinha
trazendo o frio que chegava a rachar nossos lábios nos convidando para um
recolhimento regado a um bom vinho ou uma cachaça, acompanhados de verdadeiras
maravilhas em forma de tira-gosto.
O outono
vinha com seu vento forte arrancando as folhas das arvores e trazendo as chuvas
que duravam dias e transformava a meninada em engenheiros construtores de
represas para cercar as enxurradas que desciam dos morros fazendo buracos
porque naquele tempo pouca gente sabia o que era asfalto.
O verão
vinha aquecer o corpo e o coração das pessoas para que pudessem aproveitar o
máximo da luz e da energia do astro rei.
Era
exatamente assim
E hoje?
As quatro
estações são conhecidas apenas pelas datas porque em um só dia elas se
manifestam ao mesmo tempo perturbando a vida de todas as criaturas de Deus.
A causa
deste desarranjo está visível em todos os lugares onde o lixo seco se mistura com
o lixo úmido jogados nas ruas e visto a cada fração de segundo em que o nosso olhar
é lançado para um determinado ponto. Não estou dizendo que a culpa é da poluição
causada pela falta de educação ecológica de muitas pessoas de todas as classes sociais.
É por isto
que estou falando para os mais jovens que estão tomando posse da herança
maldita que estamos deixando para eles. Eu queria que esses meninos e meninas
de todas as idades, de todas as classes sociais e de todas as raças se unissem
para mudar a mentalidade ecológica desses novos tempos. Eu queria que eles
passassem a observar a boca de lobo da sua rua, com ou sem tampa, que
deveria levar o esgoto e que está sempre entupida pela nossa estupidez. Eu
queria que os moradores dos bairros nobres começassem a observar que poucos são
os que separam o lixo, mesmo onde existe coleta seletiva, nos dando a impressão
que os ricos não sabem o que preservação da natureza. Eu queria que os
moradores da periferia lutassem contra os que jogam o lixo nas ruas e calçadas
e em lotes vagos ou no leito de córregos agonizantes. Eu queria criassem
uma consciência ecológica para que a pobreza e o abandono dos órgãos públicos
não fossem os únicos responsáveis e desculpa para serem obrigados a dividir seu
espaço com ratos e outros bichos peçonhentos.
Eu queria
que os jovens começassem uma luta, ou diríamos uma guerra, para que a Mãe
Natureza volte a ser respeitada.
É preciso
lutar contra os políticos corruptos e contra o poder econômico e principalmente
contra a nossa própria ignorância que nos faz ficar alheios achando que o
progresso e a tecnologia e a ciência vão conseguir realizar um milagre maior
que o de Deus e recuperar tudo que foi destruído.
Daqui a cinquenta
anos os meus e os seus filhos e netos suportarão quantos graus? Daqui a
cinquenta anos ainda haverá água para matar a sede dos nossos filhos?
Hoje ela
inda é potável é muito cara, e está acabando sem que a maioria das pessoas
esbocem algum tipo de preocupação.
Comecemos a
fotografar e filmar tudo que ainda existe de preservação para que os nossos
filhos daqui a cinquenta anos possam assistir
com tristeza ou com alegria. Com alegria se os herdeiros tiverem conseguido
mudar o jeito de tratar a filha predileta da Mãe Natureza, a nossa irmã água que
se indigna até com a mais simples agressão que é usa-la pra substituir a
vassoura e lavar o carro todos os dias sem ao menos se dar ao luxo de fechar a
torneira enquanto esfrega a lataria reluzente.
Com
tristeza quando verem as fotos ou assistir os filmes e depois olharem pelas janelas e ver que até o que foi gravado
já não mais existe.
Hoje fazendo minha caminhada de todos os dias em uma pista margeando o que sobrou do rio da minha infância comecei uma conversa com uma galera imaginável como se ao meu lado estivesse caminhando alguém.
Eram cinco horas da manhã com uma temperatura amena e uma leve chuva salpicando meu rosto e embaçando meus óculos depois de um dia em que a temperatura tinha atingido a marca de vinte e cinco graus.
Gostaria que os jovens pedissem a seus pais e avós que lhes falem como era a vida deles há quarenta anos atrás e eu vou falar da minha cidade da região metropolitana de Belo Horizonte.
Nasci e moro na cidade de Betim e em praticamente em todos os bairros, com raríssimas exceções, havia uma ou mais nascentes de águas cristalinas que formavam pequenos riachos que eram a alegria das lavadeiras e das crianças que corriam para ver os peixes nadando para todos os lados.
Todos os quintais tinham uma horta e algumas árvores frutíferas. Os frutos silvestres que hoje talvez ainda existam em algumas cidades do interior eram abundantes e saboreados como um manjar dos deuses. A natureza era exuberante com suas plantas e suas nascentes que formavam córregos, riachos e rios e era muito diferente do que observamos hoje. As quatro estações do ano eram distintas e vinham para embelezar e dar vida a tudo que Deus criou.
Primavera.
Inverno.
Outono.
Verão.
Cada uma delas tinha seu tempo certo para começar e terminar, e raramente uma invadia o espaço da outra.
A primavera vinha com o perfume das flores e dos frutos e um com vento brando soprando como se estivesse fazendo caricias semelhantes às de alguém apaixonado.
O inverno vinha trazendo o frio que chegava a rachar nossos lábios nos convidando para um recolhimento regado a um bom vinho ou uma cachaça, acompanhados de verdadeiras maravilhas em forma de tira-gosto.
O outono vinha com seu vento forte arrancando as folhas das arvores e trazendo as chuvas que duravam dias e transformava a meninada em engenheiros construtores de represas para cercar as enxurradas que desciam dos morros fazendo buracos porque naquele tempo pouca gente sabia o que era asfalto.
O verão vinha aquecer o corpo e o coração das pessoas para que pudessem aproveitar o máximo da luz e da energia do astro rei.
Era exatamente assim
E hoje?
As quatro estações são conhecidas apenas pelas datas porque em um só dia elas se manifestam ao mesmo tempo perturbando a vida de todas as criaturas de Deus.
A causa deste desarranjo está visível em todos os lugares onde o lixo seco se mistura com o lixo úmido jogados nas ruas e visto a cada fração de segundo em que o nosso olhar é lançado para um determinado ponto. Não estou dizendo que a culpa é da poluição causada pela falta de educação ecológica de muitas pessoas de todas as classes sociais.
É por isto que estou falando para os mais jovens que estão tomando posse da herança maldita que estamos deixando para eles. Eu queria que esses meninos e meninas de todas as idades, de todas as classes sociais e de todas as raças se unissem para mudar a mentalidade ecológica desses novos tempos. Eu queria que eles passassem a observar a boca de lobo da sua rua, com ou sem tampa, que deveria levar o esgoto e que está sempre entupida pela nossa estupidez. Eu queria que os moradores dos bairros nobres começassem a observar que poucos são os que separam o lixo, mesmo onde existe coleta seletiva, nos dando a impressão que os ricos não sabem o que preservação da natureza. Eu queria que os moradores da periferia lutassem contra os que jogam o lixo nas ruas e calçadas e em lotes vagos ou no leito de córregos agonizantes. Eu queria criassem uma consciência ecológica para que a pobreza e o abandono dos órgãos públicos não fossem os únicos responsáveis e desculpa para serem obrigados a dividir seu espaço com ratos e outros bichos peçonhentos.
Eu queria que os jovens começassem uma luta, ou diríamos uma guerra, para que a Mãe Natureza volte a ser respeitada.
É preciso lutar contra os políticos corruptos e contra o poder econômico e principalmente contra a nossa própria ignorância que nos faz ficar alheios achando que o progresso e a tecnologia e a ciência vão conseguir realizar um milagre maior que o de Deus e recuperar tudo que foi destruído.
Daqui a cinquenta anos os meus e os seus filhos e netos suportarão quantos graus? Daqui a cinquenta anos ainda haverá água para matar a sede dos nossos filhos?
Hoje ela inda é potável é muito cara, e está acabando sem que a maioria das pessoas esbocem algum tipo de preocupação.
Comecemos a fotografar e filmar tudo que ainda existe de preservação para que os nossos filhos daqui a cinquenta anos possam assistir com tristeza ou com alegria. Com alegria se os herdeiros tiverem conseguido mudar o jeito de tratar a filha predileta da Mãe Natureza, a nossa irmã água que se indigna até com a mais simples agressão que é usa-la pra substituir a vassoura e lavar o carro todos os dias sem ao menos se dar ao luxo de fechar a torneira enquanto esfrega a lataria reluzente.
Com tristeza quando verem as fotos ou assistir os filmes e depois olharem pelas janelas e ver que até o que foi gravado já não mais existe.
Olá estimado Geraldo,
ResponderExcluirBom, entre os 15 e os 40 anos? Ainda, não posso comentar. Tenho 14.
Bom , mas como gosto de você, vou deixar minha opinião.
Na realidade o mundo está em mutação. Antes dessas alterações climatérias, há muitos milhares de anos, a terra teve coberta por glaciares intensos. Depois, o clima foi melhorando, ficando um pouco mais quente.
39º graus? Eu quero ir para aí, posso?
Aqui estão 15ºg. Que frio de corpo e alma.
O FUTURO HA DE SER RISONHO, SE DEUS QUISER.
Beijos de luz.
Olá querido Geraldo,
ResponderExcluirObrigada por suas palavras em meu blog.
Já sou luz que irradia, que incendeia, tomemos cuidado, com as alterações climatéricas.
Vamos rezando para que tudo dê certo.
Beijos de luz.
Olá querido Geraldo,
ResponderExcluirComo vamos de emoções climatéricas?
Bom fim de semana.
Beijos de luz.