Este texto foi escrito em 2006. Parece que foi ontem!
Agora, sempre que escrever sobre
problemas sociais e sobre o abandono dos pobres, vou começar pedindo desculpas
às exceções, porque espalhado por esse brasil afora verdadeiros anjos cumprem
com dignidade e amor o papel que deveria ser da família, do poder público, e de
muitas outras pessoas que insistem ignorar a miséria e a fome. Muitas pessoas
preferem se emocionarem diante de uma televisão vendo reportagens sobre a fome
em muitos outros lugares do mundo. Poucos se preocupam com os famintos que
perambulam pelas ruas desse brasil das desigualdades.
O abandono dos pobres à sua própria
sorte, é com certeza ignorar a presença de Deus. Quero fazer um alerta aos
jovens que irão serem os pais da futura geração: Se eles não mudarem a maneira
de ver o futuro, se não travarem uma luta ferrenha contra as injustiças sociais
e contra a degradação ecológica o futuro desse país será de muito sofrimento,
sangue e dor.
Já está acontecendo.
Se as pessoas com condições de
prestarem algum tipo de ajuda emocional, educacional ou financeira não se
mobilizarem para lutar contra a miséria e a fome a situação vai ficar
insuportável. Se os asilos continuarem abandonados, os nossos idosos sendo
olhados com desprezo e explorados pelos próprios parentes, esse país será um
grande hospício a céu aberto com pessoas andando sem rumo pelas ruas como
zumbis abandonados.
Isso tudo por quê...
O governo não criou um meio termo
entre o hospital e o asilo. Uma pessoa com o estado de saúde terminal ocupando
um leito de hospital não pode simplesmente ser devolvido para casa. Também não
pode ser jogada em um asilo para morrer ao lado de pessoas que precisam de um
lugar tranquilo para viverem o tempo que lhes restam. Enquanto as casas de acolhimento de crianças e jovens abandonados pelas
famílias for a única esperança para o jovem que não teve em quem se apoiar
quando estava na hora de formar sua personalidade. Quem vai proteger os filhos da nova geração? Quem vai
proteger os seus netos?
Se a justiça social não for além da
uma cesta básica ou de um vale qualquer coisa, e não procurar atingir o cerne
do que causa a miséria. O futuro vai nos apresentar uma legião de marginais
controlando cada rua das grandes cidades, sob o comando dos traficantes e dos
seus financiadores, que quase sempre, são “empresários” e pessoas que ocupam
cargos em todas as esferas dos governos. Se não agirmos depressa esses “donos”
serão a lei, a justiça, e o juiz que julgará os herdeiros de quem cruzou os
braços diante da miséria.
É hora dos pequenos e grandes
empresário e das pessoas com melhor poder aquisitivo investirem na educação de
jovens e crianças da periferia e pararem de dar esmolas nos sinais de trânsito
achando que estão fazendo caridade. Já passou da hora de parar de servir sopa
para os moradores de rua durante a noite, distribuir peixe na semana santa, e de
vestir de Papai Noel uma vez por ano.
Esta atitude isolada é muito bonita.
Mas...
Precisamos lutar contra os mecanismos
que promovem a miséria.
Em um país onde políticos e
empresários corruptos são inatingíveis pela lei e o pobre é mercadoria de
segunda em liquidação, precisamos fazer um mutirão para cobrar a quem de
direito uma melhor distribuição de renda onde a riqueza do país seja usada na
transformação dos trastes humano hoje abandonados, em seres humanos de verdade.
Tudo virou egoísta,barriga cheia e pé dormente, esquecendo-se de quem os colocou no mundo, seus pais seus avós e seu filhos que passam horas e horas em colégios, é degradante esse mundo virado para dentro e não para fora. Uma mão para quem necessita de apoio não é moda...
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