São 04:00 da
manhã de mais um sábado de carnaval. Perdi o sono, e ao ligar o rádio ouvi
apenas o barulho dos tambores e das cuícas que ainda roncavam nas avenidas, e
comecei a pensar no que Cristo diria se fosse crucificado novamente.
Acho que
seria mais ou menos isso: “Pai, não os perdoe, eles sabem o que fazem”.
Quero deixar
aqui um recado para quem vai se esbaldar nas ruas, nos clubes e nos
sambódromos. Quando vocês estiverem vestidos de palhaços dançando e
pulando para a alegria de uma minoria de milionários que sugam o dinheiro desse
país, espero que se lembrem dos seus compatriotas que estão enterrados na lama
fedorenta que a Vale fez questão de deixar correr na cidade de Brumadinho em Minas
Gerais.
Ontem fui à
igreja para novamente meditar sobre a crucificação de Jesus. Para
convencer Pilatos a executá-lo os líderes dos judeus o acusaram de instigar uma
rebelião contra os governantes romanos, e esse crime previa a pena de morte por
crucificação. Pilatos entendeu que Jesus não tinha feito nada de errado,
mas cedeu à pressão do povo e o mandou executar por ser ele o “rei dos judeus”
(Marcos 15:12-15). Os judeus não queriam realizar a
crucificação porque isso os tornariam impuros durante os próximos
dias. Era a véspera da Páscoa, uma festa judaica muito importante e só
quem estava puro podia participar dela (João 18:28), por isso os soldados romanos
crucificaram Jesus e ficaram de guarda até ele morrer. Os líderes dos
judeus não ajudaram, mas foram lá para zombar de Jesus.
“Pai,
perdoa-os porque não sabem o que fazem”, foi isso que disse Jesus na hora da
sua morte. Nossos pecados foram a verdadeira razão da causa da sua morte.
(Hebreus 9:27-28). Foram os romanos que puseram os
pregos em suas mãos, mas isso só aconteceu porque nós pecamos.
Jesus morreu
em nosso lugar!
Nos dias de
hoje o povo continua obedecendo e seguindo cegamente seus líderes ateus que
acreditam somente no deus dinheiro e poder. Pessoas pobres financeiramente, de
mãos dadas com os pobres de espírito saem pelas ruas vestidas de reis e de
rainhas, mais uma vez fazendo papel de palhaços satisfeitos com o pão e circo
que lhe é ofertado por quem os crucificam e matam seus sonhos cortando
investimentos na área da saúde, da educação e da segurança, etc. E
quando essa farra passar milhares de foliões voltarão para suas casas para
novamente reclamar das contas vencidas, pensar na aposentadoria que nunca
chega, e com tristeza olharão para suas panelas vazias e para seus filhos
famintos pedindo um pedaço de pão. E quando terminar essa apresentação
esdrúxula e todos voltarem para suas casas lembrem-se dos milhões de
desempregados que estão sendo massacrados e sem esperança de que a vida deles
vá melhorar.
Parem para
pensar! Será tudo vai se resolver depois que a cuica e os tambores
emudecerem?
Pensem bem! Não
vai adiantar nada ir à uma igreja conversar com Deus, e se Crito voltar à terra Ele será crucificado novamente e dirá para o seu Pai, "Não os perdõe, eles sabem o que fazem.
Os políticos
corruptos voltarão de suas férias para continuar roubando os cofres públicos
e assombrando ainda mais aqueles que, mesmo contrariados tiveram que tirar suas
fantasias.
Geraldo, meu querido!
ResponderExcluirSempre atuais, infelizmente, seus textos.
Esse foi escrito numa madrugada de sábado de carnaval, em k você perdeu o sono, enqto os outros foliões sambavam.
Qtas verdades você aqui escreveu em fevereiro de 2017?
Que triste é ver que há gente k não pensa, que não evolui.
Beijos para todos. Dias felizes.
Uma utopia: se não existissem entre nós uma elite que fede tanto pelo que sempre se revela na história, o povo de Deus certamente brincaria com grande liberdade e gozo o carnaval. Do "pão do circo" passariam ao "pão da vida", que sem dúvidas nenhuma recheia-se também da graça de festejar o seu cotidiano.
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