JEITO DE VIVER
Sei que já não tenho muito tempo para viver. Sou apenas mais um da
geração que está se despedindo do mundo. Com certeza não fomos bons
professores em quase todos os quesitos que pautam a vida do ser humano.
Na ecologia então, fomos uma aberração, não cuidamos da natureza,
matamos nascentes, córregos, lagos e rios. Deixamos os governantes destruírem a
fauna e a flora em nome de um progresso que destrói e afasta as pessoas.
Politicamente falando fomos incompetentes quando, por comodismo, por
algum interesse financeiro ou de poder, criamos uma corja de políticos ladrões
inescrupulosos, com raríssimas exceções, que transformaram os partidos
políticos em verdadeiros covis de marginais, e o país em um grande oásis para
os corruptos e inescrupulosos.
Em se tratando de Deus e das religiões, poucos herdaram a fé de seus
pais e avós. Temos hoje uma multidão que não se preocupam com as coisas
sagradas. Uma legião de jovens que não quer se relacionarem com esse Deus que é
lembrado somente quando uma desgraça acontece na vida de alguém, ou quando uma
catástrofe atinge várias pessoas ao mesmo tempo. Temos também muitas
“religiões” que cultuam o demônio, e em seções de curas mentirosas o invocam a
todo momento para que os incrédulos acreditem que o mesmo foi expulso, e paguem
dízimos absurdos para milionários espertalhões.
Foi na esfera social que deixamos as relações humanas atingirem
contornos de abandonos absurdos. A grande mídia patrocinada por políticos e
empresários com visão apenas no lucro e no poder, tentam de todas as maneiras
fazer uma lavagem cerebral nas classes mais pobres da população, para que as
pessoas se tornem cada vez mais escravas do modismo e do consumismo
exagerado.
A todo momento somos lembrados que temos a obrigação de sermos
politicamente corretos. E também não sei de onde tiraram a palavra preconceito,
que de uma hora para outra passou a ser utilizada para obrigar pessoas a
aceitarem comportamentos que ferem sua dignidade, e sua liberdade. Eu
particularmente não tenho nenhum receio de externar meus pensamentos e minha
maneira de viver. Não me sinto na obrigação de aceitar algo que me incomoda,
simplesmente porque uma meia dúzia de psicólogos, psiquiatras, tecnocratas, e
políticos que se acham no direito de ditar comportamentos, querem obrigar todos
a acatarem aquilo que chamam de verdade. Por isso reivindico meu direito de não
frequentar os mesmos lugares frequentados por quem quer me esfregar na cara,
comportamentos bizarros que agridem minha religião e meu jeito de viver. Não
quero com isso incentivar nenhum tipo de agressão física ou verbal, que cada um
viva sua vida sem querer obrigar as pessoas a aceitarem aquilo que para elas é
inaceitável.
Estamos assistindo o endeusamento dos animais domésticos e a
banalização das relações entre os seres humanos, que são vistos e tratados com
desprezo nas ruas, nos postos de saúde. nos hospitais, ou melhor, em qualquer
lugar, onde os mais pobres são tratados como lixo que ninguém quer recolher.
Estamos assistindo à aberração de vermos pessoas alisando o pelo de um cachorro
ou de um gato, e não se lembrando de fazer um carinho no filho ou na filha.
Levando seus animais constantemente para serem higienizados pagando consultas
caras nos petshops, e quando seus filhos adoecem os levam às emergências
públicas onde não recebem o mesmo tratamento que o bichinho de estimação
recebeu.
Não é esse o jeito de viver que quero para mim e para a minha futura
geração.
Uma reflexão sem dor amigo.
ResponderExcluirUma inversão de valores um apodrecimento das relações e os propósitos se perderam no egoísmo.
Bom texto amigo.