Busquei
Deus todas as vezes que o desespero bateu na minha porta, e Ele estava lá
de braços abertos esperando o filho pródigo que voltava derrotado. Falei
dos meus desencantos e da minha agonia, e Ele me ouviu em silêncio como quem
ouve uma canção melodiosa. E todos os dias eu repetia a mesma coisa. E em vão
esperava uma resposta.
Desesperado,
blasfemei falando duramente com Ele. -Não quero um Deus que apenas ouve, queria
que falasse comigo, e com suas próprias mãos enxugasse minhas lágrimas.
Ele não
respondeu.
Pensei
estar louco conversando com o silêncio e falando para o vazio. Saí andando sem
rumo. Nem sei se estava enxergando, foi quando tropecei e caí, e na minha queda
fui amparado por um velho mendigo que me ajudou a levantar. Não me lembro
de ter agradecido e saí batendo a poeira, enxugando a lágrima ou o suor de mais
um dia de trabalho, e insuportavelmente quente. Ao virar uma esquina uma
criança sorriu para mim. Desta vez não saí de cara fechada, sorri em
agradecimento e afaguei o cabelo da inocência.
Olhei
para o céu e encarei a luz do sol de frente, e uma brisa acariciou meu
rosto.
E
percebi...
Que Ele
estivera ao meu lado o tempo todo.
E sempre
estará presente.
Que tudo
que vemos, que tocamos, nas pessoas que amamos, porque todos somos criaturas de
Deus.
Que tudo
tem sua hora e seu tempo.
Ele me mostrou
que é preciso saber esperar, e se preparar para receber o milagre.
Para ver
e entender que ele acontece todos os dias na vida de quem acredita ou não em
Deus
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