Pedro e Paulo levantaram bem cedinho e correram para o
galinheiro. O galo Cocoricó já estava de prontidão em cima do mourão da cerca
do galinheiro para acordar toda a bicharada, e quem mais estivesse dormindo.
E eles entraram como se estivessem entrando em um grande salão
de festas.
Não era todo mundo que tinha a sorte de escutar uma galinha
falando. Foram para o fundo do galinheiro onde a galinha Brilhante, a
faladeira, ainda cochilava em cima dos ovos que em pouco tempo seriam
pintinhos.
Ao vê-los ela ficou muito contente e perguntou?
-Vocês aprenderam com o galo Cocoricó e gora pulam da cama de
madrugada para acordar as pessoas?
-Não! Responderam os meninos. É que essa noite não conseguimos
dormir de tanta curiosidade para ouvir mais uma de suas histórias. Você vai
contar uma para a gente não vai? Se não estiver animada a gente volta à noite.
-Está bem!
Respondeu a galinha.
Deixa pelo menos eu saborear o meu café da manhã, e saiu toda
matreira a beliscar o milho que a D. Francisca, avó dos meninos acabara de
jogar no terreiro.
Depois de encher o papo, ela voltou toda prosa e se pôs a falar:
-Vou contar para vocês a história de um porquinho matreiro, seu
nome era Rabicó e ele roncava e fuçava
mais que os outros. Ele não era o mais gordo, mas como a vida não poupa
ninguém, um dia resolveram fazer uma festa e, como ele tinha mais carne que
toucinho, infelizmente, virou linguiça.
Eu sei que todo porco ronca, mas o Rabicó não parava nem quando
dormia. A bicharada toda ficava incomodada com os roncos.
O cabrito Laurico pulava o tempo todo de um lado para outro
porque não conseguia dormir.
O cavalo Alazão, coitado, tinha que trabalhar o dia inteiro e
quase não aguentava mais de tanto ficar acordado e teve que pular a cerca e ir
dormir debaixo das mangueiras para conseguir trabalhar no dia seguinte.
A vaca Mimosa e todas as outras começaram a dar pouco leite
porque não conseguiam relaxar nem à noite, e as que cuidavam dos bezerros
ficavam nervosas porque eles choramingavam o tempo todo.
Vocês sabiam que bichos também relaxam?
Vocês sabiam que bichos também choram?
O gato Veludo era o que menos se importava. A vida dele era
ficar a noite toda correndo de um lado para outro atrás dos ratos, isto é,
quando tinha coragem, porque aqui tem cada ratão!
O cachorro Barão achava uma maravilha o trabalho de vigiar a
fazenda, podia até esconder-se para tirar um cochilo porque o ronco do Rabicó
espantava todo mundo que se aproximava.
Como o galinheiro era ao lado do chiqueiro, os nossos
adolescentes ficavam incomodados, e não era para menos, ficavam até altas horas
correndo atrás das franguinhas, e quando se acomodavam no poleiro para dar uma
cochilada... Lá vinha o ronco que quase os derrubavam.
O galo Cocoricó, o rei do galinheiro, este sim era o mais
prejudicado, tinha que dormir cedo porque sua missão era acordar a fazenda, e
quem disse que ele conseguia? Era uma dificuldade subir no galho mais alto da
árvore, ou mesmo no mourão da cerca para cantar. Com sono ou não, era sua
obrigação soltar o canto que ecoava por toda a imensidão, até que um outro
respondia fazendo a mesma coisa na fazenda do vizinho.
Certo dia, os jovens do galinheiro quiseram dar um susto no
porquinho roncador.
Vocês sabem como são os jovens, uma tarde quando o porquinho Rabicó tinha
enchido bastante a pança e se retirado para dar a cochilada de todos os dias,
os meninos amarraram a boca do coitado, que em pouco tempo começou a
espernear.
Ele estava perdendo a respiração.
Foi um sufoco!
Apesar de ninguém estar aguentando os roncos, os meninos
exageraram.
Foi uma brincadeira de muito mau gosto.
Todos correram para ajudar.
Quem conseguiu resolver foi o Catucho, um tatu que passava por
ali, e com seus dentes afiados roeu a corda que sufocava o campeão do ronco.
Livre da corda e podendo respirar em paz, o porquinho Rabicó,
fulo da vida começou a procurar quem tinha amarrado sua boca. Perguntou aos
bichos um por um, mas ninguém sabia ou não queria dizer quem ou quais os foram
os autores de tal façanha.
Ele queria saber por que tinham feito isso com ele. Era amigo de
todo mundo, calado e com a cabeça baixa não incomodava ninguém, a não ser
quando roncava.
A notícia espalhou para toda a bicharada da vizinhança e ninguém
gostou da tal brincadeira, mesmo sabendo que o Rabicó perturbava o sono de todo
mundo.
Coitado do Rabicó, quase morreu sufocado! A patota do galinheiro
tratou de ficar bem quietinha, pois se descobrissem que tinha sido eles certamente
virariam comida de raposa.
A galinha Brilhante que não gostava de mentiras chamou a
frangaiada toda e apresentou para o porquinho Rabicó os engraçadinhos que
amarraram sua boca.
Eles falaram que tinham feito isto por causa dos roncos que os
incomodava.
Mas vocês queriam o quê, que um porco cantasse ou cacarejasse?
Eu sou porco, e como vou ficar sem roncar, ora essa!
Claro que pode roncar, mas precisa ser o tempo todo e nesta
altura?
O porquinho Rabicó reconheceu que roncava muito, mas como todo
mundo que ronca, não percebia o quanto incomodava e prometeu prestar mais
atenção e que iria pedir aos outros porcos que o acordasse toda vez que
estivesse perturbando; afinal já estava gordo demais.
E estava mesmo.
Foi por isto que virou linguiça.
E eles entraram como se estivessem entrando em um grande salão de festas.
Não era todo mundo que tinha a sorte de escutar uma galinha falando. Foram para o fundo do galinheiro onde a galinha Brilhante, a faladeira, ainda cochilava em cima dos ovos que em pouco tempo seriam pintinhos.
Ao vê-los ela ficou muito contente e perguntou?
-Vocês aprenderam com o galo Cocoricó e gora pulam da cama de madrugada para acordar as pessoas?
-Não! Responderam os meninos. É que essa noite não conseguimos dormir de tanta curiosidade para ouvir mais uma de suas histórias. Você vai contar uma para a gente não vai? Se não estiver animada a gente volta à noite.
-Está bem!
Respondeu a galinha.
Deixa pelo menos eu saborear o meu café da manhã, e saiu toda matreira a beliscar o milho que a D. Francisca, avó dos meninos acabara de jogar no terreiro.
Depois de encher o papo, ela voltou toda prosa e se pôs a falar:
-Vou contar para vocês a história de um porquinho matreiro, seu nome era Rabicó e ele roncava e fuçava mais que os outros. Ele não era o mais gordo, mas como a vida não poupa ninguém, um dia resolveram fazer uma festa e, como ele tinha mais carne que toucinho, infelizmente, virou linguiça.
Eu sei que todo porco ronca, mas o Rabicó não parava nem quando dormia. A bicharada toda ficava incomodada com os roncos.
O cabrito Laurico pulava o tempo todo de um lado para outro porque não conseguia dormir.
O cavalo Alazão, coitado, tinha que trabalhar o dia inteiro e quase não aguentava mais de tanto ficar acordado e teve que pular a cerca e ir dormir debaixo das mangueiras para conseguir trabalhar no dia seguinte.
A vaca Mimosa e todas as outras começaram a dar pouco leite porque não conseguiam relaxar nem à noite, e as que cuidavam dos bezerros ficavam nervosas porque eles choramingavam o tempo todo.
Vocês sabiam que bichos também relaxam?
Vocês sabiam que bichos também choram?
O gato Veludo era o que menos se importava. A vida dele era ficar a noite toda correndo de um lado para outro atrás dos ratos, isto é, quando tinha coragem, porque aqui tem cada ratão!
O cachorro Barão achava uma maravilha o trabalho de vigiar a fazenda, podia até esconder-se para tirar um cochilo porque o ronco do Rabicó espantava todo mundo que se aproximava.
Como o galinheiro era ao lado do chiqueiro, os nossos adolescentes ficavam incomodados, e não era para menos, ficavam até altas horas correndo atrás das franguinhas, e quando se acomodavam no poleiro para dar uma cochilada... Lá vinha o ronco que quase os derrubavam.
O galo Cocoricó, o rei do galinheiro, este sim era o mais prejudicado, tinha que dormir cedo porque sua missão era acordar a fazenda, e quem disse que ele conseguia? Era uma dificuldade subir no galho mais alto da árvore, ou mesmo no mourão da cerca para cantar. Com sono ou não, era sua obrigação soltar o canto que ecoava por toda a imensidão, até que um outro respondia fazendo a mesma coisa na fazenda do vizinho.
Certo dia, os jovens do galinheiro quiseram dar um susto no porquinho roncador.
Vocês sabem como são os jovens, uma tarde quando o porquinho Rabicó tinha enchido bastante a pança e se retirado para dar a cochilada de todos os dias, os meninos amarraram a boca do coitado, que em pouco tempo começou a espernear.
Ele estava perdendo a respiração.
Foi um sufoco!
Apesar de ninguém estar aguentando os roncos, os meninos exageraram.
Foi uma brincadeira de muito mau gosto.
Todos correram para ajudar.
Quem conseguiu resolver foi o Catucho, um tatu que passava por ali, e com seus dentes afiados roeu a corda que sufocava o campeão do ronco.
Livre da corda e podendo respirar em paz, o porquinho Rabicó, fulo da vida começou a procurar quem tinha amarrado sua boca. Perguntou aos bichos um por um, mas ninguém sabia ou não queria dizer quem ou quais os foram os autores de tal façanha.
Ele queria saber por que tinham feito isso com ele. Era amigo de todo mundo, calado e com a cabeça baixa não incomodava ninguém, a não ser quando roncava.
A notícia espalhou para toda a bicharada da vizinhança e ninguém gostou da tal brincadeira, mesmo sabendo que o Rabicó perturbava o sono de todo mundo.
Coitado do Rabicó, quase morreu sufocado! A patota do galinheiro tratou de ficar bem quietinha, pois se descobrissem que tinha sido eles certamente virariam comida de raposa.
A galinha Brilhante que não gostava de mentiras chamou a frangaiada toda e apresentou para o porquinho Rabicó os engraçadinhos que amarraram sua boca.
Eles falaram que tinham feito isto por causa dos roncos que os incomodava.
Mas vocês queriam o quê, que um porco cantasse ou cacarejasse?
Eu sou porco, e como vou ficar sem roncar, ora essa!
Claro que pode roncar, mas precisa ser o tempo todo e nesta altura?
O porquinho Rabicó reconheceu que roncava muito, mas como todo mundo que ronca, não percebia o quanto incomodava e prometeu prestar mais atenção e que iria pedir aos outros porcos que o acordasse toda vez que estivesse perturbando; afinal já estava gordo demais.
E estava mesmo.
Foi por isto que virou linguiça.
Bela arte amigo, num belo conto infantil.
ResponderExcluirBoa construção
E eu aqui,longe das Gerais com aquela saudade de uma boa linguiça de porco,rsrs.
Um abração.
Boa noite Geraldo,
ResponderExcluirLi, com atenção o seu texto e é uma verdadeira delícia.
As crianças devem adorar este tipo de histórias.
Abraços de luz.
Linda a estorinha!
ResponderExcluirNos da www.Milnovidadeshop.com.br achamos linda!
Parabéns.Com certeza vou ajudar a divulgar.
Olá Geraldo,
ResponderExcluirAgradeci o seu comentário no meu blog, mas renovo, aqui o meu muito obrigada.
Escreva mais. Fico à espera.
Abraços de luz.