Escrevi este texto em 2007. Nada mudou, continuo tendo vergonha, ainda mais com o governo que temos agora, que com punhos de ferro manda na maioria das cidades do nosso estado. Que contrói aeroporto para atender seus próprios interesses e da elite dominante.
Hoje é quarta feira, ainda no clima de
comemoração do nascimento do menino Deus, abro o jornal Estado de Minas e tenho
que segurar minha indignação para não chorar lágrimas de sangue.
O jornal traz uma reportagem mostrando o quanto a
minha cidade está jogada às moscas e os desmandos dos que estão no poder chega
às raias do absurdo. O deputado estadual da “Ambulanças”, vulgo
Pinduca vai receber da prefeitura a bagatela de um milhão e trezentos mil reais
(R$ 1.300.000,00) através de uma ONG de mentira.
Um dos absurdos desta ONG, pude presenciar na
última eleição, uma “escola” de informática foi aberta no bairro Homero Gil
dois meses antes e fechada assim que os votos foram apurados e a eleição
garantida.
A cidade continua um caos.
Não tem garis varrendo ruas a não ser as do
centro
O que este cidadão fez ou faz pela nossa cidade?
Distribui bofe de boi em tambores destampados em
cima de uma Kombi.
Distribui verduras arrematadas ou ganhas nos
finais de feira do Ceasa.
Transporta pessoas e qualquer coisa para qualquer
lugar.
Nunca lutou para melhorar o serviço de saúde e
transporta o pobre para ser mal atendido
e depois manda um ônibus no funeral.
Desde a última eleição, as idiotices a troco do
voto dos infelizes ganharam mais um aliado, o filho Léo é vereador, o Léo do
Pinduca.
Isto quer dizer: Léo de Nada.
A minha indignação é maior porque sou presidente
de um asilo para pessoas carentes. Referência na assistência e no atendimento,
abriga quarenta e quatro (44) moradores, tem um consumo de R$ 35.000,00 reais
por mês e recebe da prefeitura uma ajuda de custo de R$ 70.800,00 por ano, e
ainda é obrigado ostentar uma placa dizendo que tem convenio.
Obras faraônicas foram realizadas financiadas
pelo Banco Mundial e sabe-se lá quem vai pagar. A assistência social é feita através de cartas
marcadas e quem joga no time é atendido na rede de saúde como se tivesse um dos
melhores convênios das redes privadas.
A saúde continua um caos mesmo em uma cidade que
é a segunda em arrecadação de impostos do estado, isto eu posso afirmar de
cadeira, durante dois anos fui coadjuvante, tentando controlar o estoque, ou
melhor a falta de material no Hospital, e não foram raras as vezes que tive de
pagar motoqueiro do meu bolso para buscar agulha emprestada para uma seção de hemodiálise.
De cada dez empregos na cidade, oito só é
conseguido tendo uma carta de um político para amarrar com o voto na próxima
eleição.
Nasci e moro aqui.
Tenho vergonha de ser betinense.
Gostaria que dessem uma lida em: RADIOGRAFIA DE
UM HOSPITAL
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Aqui você é muito bem vindo. Seu comentário ajuda na construção desse espaço de liberdade