SINTO
VERGONHA DE SER GENTE, QUANDO VEJO ALGUÉM BUSCAR SEU SUSTENTO
REMEXENDO NO LIXO
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Hoje
eu quero fazer um desabafo, e gostaria que ele ecoasse em todos os cantos deste
mundo, que rechicoteasse nas paredes das Igrejas de todos os credos, nos
gabinetes dos políticos de todos os partidos e de todas as tendências, dos
simplesmente políticos, e daqueles que um dia tiveram o sonho de melhorar a
vida dos pobres.
Eu
queria que esse lamento montasse sua barraca nas salas atapetadas das grandes
empresas, onde o trabalhador é apenas um número, e principalmente, nos pequenos
escritórios e fábricas onde o trabalhador é tratado como amigo para não
reclamar por não receber um salário justo.
Eu
queria que esse grito ecoasse forte nas paredes dos prédios dos sindicatos que
fingem defender o trabalhador.
Eu
queria que esse grito falasse principalmente ao coração das pessoas de bem,
daqueles que ainda sonham um mundo melhor, e são chamados de doidos ou de
irresponsáveis por acreditarem em sonhos, e deixarem-se prenderem pelas amarras
que engessam pensamentos e atitudes.
Tentarei
relatar a dura realidade de um pai de família, até então trabalhador honesto
que por falta de experiência profissional, e muito mais pela falta de
sensibilidade social, perdeu o emprego, e hoje é mais um na estatística do
governo dizendo que o nível de desemprego caiu.
Caiu.
Caiu a dignidade e a qualidade de vida de muitos que nem sabiam o que era qualidade de vida.
Caiu a dignidade e a qualidade de vida de muitos que nem sabiam o que era qualidade de vida.
Caiu
a dignidade de quem, mesmo por algum tempo não sentiu falta do dinheiro, mas
com saudade de holerite sentiu-se inútil de uma hora para outra, como atingido
por uma praga maldita.
Só
quem já passou por isso sabe o estrago que faz por dentro, sair todas as manhãs
como pedinte sem rumo visitando fábricas, canteiros de obras a procura de um
emprego, deixando para trás, família e panelas vazias. Em barracos sem água e
sem luz, porque não tem salário para pagar as contas e manter o lucro
astronômico das empresas estatais prestadoras dos serviços de primeira
necessidade.
Quantos
casamentos e famílias se desestruraram por falta de um emprego?
Será
que um trabalhador honesto fica contente, quando seu filho precisa fazer
malabarismo nos sinais de trânsito a troco de umas moedas?
Será
que a criança do sinal, tem família em uma casa esperando por ela?
Onde
estão e para que servem os Conselhos Tutelares com seus conselheiros que nada
produzem? Será que nenhum deles andam de carro para ver esses meninos e
meninas?
Será que servem somente para atender o chamado de um marmanjão de dezessete anos, que se sentiu agredido por uma palavra mais alta dirigida por uma professora? Ou para intimidar um pai que, quando só o carinho não foi suficiente, teve que mostrar ao filho, de uma maneira mais ríspida até onde vai o seu limite?
Será que servem somente para atender o chamado de um marmanjão de dezessete anos, que se sentiu agredido por uma palavra mais alta dirigida por uma professora? Ou para intimidar um pai que, quando só o carinho não foi suficiente, teve que mostrar ao filho, de uma maneira mais ríspida até onde vai o seu limite?
Nenhum
serviço de assistência social pode ser implementado sem passar pelo trabalho.
Nenhuma ajuda material deveria ser concedida sem contrapartida de um esforço pessoal, que não fosse unicamente mendigar.
Nenhuma ajuda material deveria ser concedida sem contrapartida de um esforço pessoal, que não fosse unicamente mendigar.
Se
os fazedores de leis quisessem acabar com compra de voto, já deveriam ter
criado um sistema de trabalho comunitário e de mutirão, em parceria com as
igrejas e instituições de caridade sérias desse país, para que toda ajuda
material, hoje distribuída de graça, fosse paga com algum trabalho.
Uma
mãe que quer colocar um filho em uma creche, se a mesma não tiver ocupação formal
comprovada, deveria prestar serviço nesta mesma creche, até mesmo para conviver
com o próprio filho, muitas vezes abandonado quando volta da escola.
Um
pai poderia prestar algum trabalho voluntário na escola do seu filho.
No
asilo perto da sua casa.
Na
construção de barracos em mutirão.
Eu
sei que é complicado!
Eu
sei que é utopia!
Eu
sei que virão defensores dos direitos humanos dizendo que é exploração de
trabalho escravo.
E
pergunto: Onde estão os “direitos humanos” diante de uma panela e uma barriga
vazia, e diante da infâmia que obriga pessoas trabalhadoras viverem mendigando,
ou sendo usadas como cabos eleitorais a troco de uma cesta básica?
Onde
estão os “direitos humanos” que assistem trabalhadores sendo explorados, e
quando esse mesmo trabalhador busca seu direito na justiça, tem o nome
enxovalhado no mercado de trabalho?
Enquanto
todos não se unirem em torno de uma só bandeira: a de desvincular Assistência
Social de verdade da política partidária, e das complicações que ela provoca
comprando consciências!
Enquanto
não for dado ao homem o direito de pagar o sustento da sua família com o suor
do seu rosto, para que possa sentir-se digno de comer do mesmo pão, não se pode
falar que no país tem um serviço de assistência social, e nem Assistentes
Sociais de verdade trabalhando para o sistema.
Esta
é minha utopia.
Ver
implantada uma assistência social para tirar o pobre da miséria material, e da
inércia que
o escraviza.
É amigo seu grito ouvi aqui e sua utopia é o que nos mantem de pé na fé de fazer deste país uma grande nação.Não perco a esperança da vassoura que faxinará este país.
ResponderExcluirBelo trabalho amigo.
Olá estimado Geraldo,
ResponderExcluirChamou "UTOPIA" ao texto postado. Muito bem, é isso mesmo.
Pode gritar, escrever para mostrar sua revolta, que o mundo vai continuar, assim.
Um dia as coisas vão mudar, acredite.
Agradeço suas palavras em meu blog.
Abraços de luz.