07 dezembro, 2010

VIDAS AO AVESSO.




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                      Escrevi este texto em dezembro de 2010.

Desde o início de dezembro fortes chuvas têm atingido o Sudeste trazendo destruição e transformando paisagens urbanas em cenários de devastação. Em Minas Gerais, os dados da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil apontam que 130 municípios foram afetados e que 84 já se encontram em Situação de Emergência. 
Em termos de bacias hidrográficas, as mais afetadas são as dos rios Doce (leste), Grande (sul do estado) e Paraíba do Sul (Zona da Mata). 

Ao todo, o estado registra 1,2 milhões de pessoas atingidas pelos eventos críticos.
Ah! Como eu queria falar de alegria.
Ah! Como eu queria ver sorrisos estampados no semblante das pessoas.
Sinto-me impotente! 
Sou obrigado retratar a tristeza estampada no rosto de milhares de brasileiros que viram suas vidas viradas ao avesso ao verem tudo que construíram durante uma vida inteira sendo arrastado pelas águas, ou debaixo de escombros.
Vidas...
Viradas ao avesso pela fúria da natureza.
Viradas ao avesso pela inércia do poder público.
Viradas ao avesso graças ao nepotismo e a falta de compromisso da grande maioria dos políticos cujo único pensamento é aumentar sua conta bancaria e seu poder. 

E para conseguirem roubam o sonho de quem suou e chorou lagrimas de sangue para construir algo com seu trabalho.
E roubam o último suspiro de vida dos mais pobres.
Fico constrangido ao escrever sobre a dor, talvez porque ainda não tive experiências de dores intensas, nem na ocasião da morte dos meus pais que foram encaradas como um fato natural.
Não sei qual das dores é a pior.
Se física, ou mental.
Tenho a impressão que a dor mental é mais terrível. 
Mesmo quando o corpo ainda consegue se movimentar de um lado para outro, a dor da tristeza impede que seu pensamento seja claro, e com isso homens e mulheres de todas as idades vagam pelas ruas como zumbis. 

Sei que as câmeras de televisão com toda a tecnologia, não conseguem captar toda a dor que assola o mundo.
Elas nos mostram rostos desfigurados.
Deserdados e desgraçados que não sabem para onde ir.
Dor que assola o mundo!
O mundo, com  a terra com sua  natureza praticamente toda destruída e se mexendo para novamente ocupar  os espaços invadidos por pessoas inescrupulosas e gananciosas que só pensam no lucro.
O mundo, a terra, a natureza,
Devolvendo em dobro as agressões sofridas ao longo dos séculos, sempre em nome do progresso.
Não quero, mas preciso relatar a tristeza.
Meus olhos começam a lacrimejar diante da miséria de muitos esfregadas na cara de todos nós. A grande maioria dos atingidos pela tragédia, como não poderia deixar de ser, foram e serã sempre os mais pobres. 
Políticos sobrevoam as áreas afetadas, alguns visitam pessoas e locais atingidos. 

E em sua grande maioria, torcem para que novas tragédias aconteçam, principalmente em ano eleitoral para tirarem proveito com promessas e compra de votos. 
Os acontecimentos se atropelam, tivemos que esquecer o sofrimento interno e nos mirar e sofrer junto com o povo haitiano com imagens terríveis  de corpos espalhados pelo chão como um lixo fedorento que ninguém quer recolher.
Ainda não sofri na pele nenhuma dor mais intensa, mas não consigo ficar impassível diante de tanto sofrimento retratado nas imagens que mostram apenas o corpo e me obrigando entrar no íntimo de cada um para tentar entender como será possível assimilar tamanha tristeza e devastação de bens e de almas.
São 04.00 da manhã, hora de dormir, as imagens chocantes de abandono total ainda inundam minha mente e me impele a escrever.
Descrever.
A dor.
O sofrimento.
Alguns aproveitadores dirão que é castigo, outros dirão que é coisa do destino, ou que o mundo está acabando.
Os sobreviventes dirão que foi um milagre.
Mas eu não vi a presença de Deus nos olhares vazios e perdidos no nada.
Talvez seja a dor que me faça sentir assim, mas não posso aceitar um Deus sentado em um trono esperando almas para colocar no céu.
Prefiro pessoas vivas lutando para construir seu paraíso.
A alegria também está de recesso e a tristeza será esquecida daqui a uns dias quando o carnaval invadir a ruas das cidades. 
Ah! Como eu queria falar de alegria.
Ah! Como eu queria ver muitos sorrisos estampados no semblante das pessoas.
Mas sinto-me impotente!
Sou obrigado retratar a tristeza estampada no rosto de milhares de brasileiros e brasileiras que viram suas vidas viradas ao avesso ao verem tudo que foi construído durante uma vida inteira ser destruído por dois vírus, O Corona Vírus, e o Coronanaro.
Vidas!
Viradas ao avesso pela fúria do Corona Vírus vindo da Coréia.
Vidas!
Viradas ao avesso pela inércia de um presidente que tem um único objetivo: o de se livrar e livrar seus filhos, parentes e amigos das garras da justiça.
Vidas!
Viradas ao avesso graças ao nepotismo e a falta de compromisso da grande maioria dos políticos, cujo único pensamento é aumentar sua conta bancária e seu poder, roubando também o sonho de quem suou e chorou lagrimas de sangue para construir a riqueza deste país.
Políticos que roubam também o último suspiro de vida dos mais pobres.
Fico constrangido ao escrever sobre a dor.
Ainda não tive experiências de dores intensas.
Nem na morte dos meus pais que foram encaradas como um fato natural e irreversível.
Não sei qual das dores é a pior, se a física ou a mental.
Tenho a impressão de que a dor mental é mais forte porque ela provoca muitas tristezas impedindo que o pensamento seja claro, fazendo com que homens, mulheres e jovens vagueiem pelas ruas como zumbis
Alguns fugindo do Corona Vírus.
Muitos fugindo do bolsonaroVirus
Sei que as câmeras, nem com toda a tecnologia conseguem captar toda a dor que assola o mundo, que afeta ainda mais o nosso país desgovernado.
Elas nos mostram rostos desfigurados de pessoas que se sentem deserdadas sem ter a quem recorrer
Dor que assola.
Esfoliado por políticos corruptos e empresários gananciosos que se aproveitam das compras sem licitações para engordar ainda mais suas contas bancárias, e a de seus familiares e comparsas.
Não sei o que escrever.
A tristeza me consome a cada notícia do aumento do número de mortes, principalmente das pessoas mais vulneráveis.
Fico vendo centenas de pessoas morrendo todos os dias por culpa única e exclusiva de um presidente que não estava, e nunca vai estar preparado para nos governar.
Fico vendo milhares de filhos, pais, mães, netos, tios, primos, avós e amigos gritando de desespero, chorando de dor, por culpa única e exclusivamente de um presidente alçado ao poder pelo voto de pessoas violentas ou incrédulas.
Meus olhos começam a lacrimejar diante da miséria de muitos esfregadas na minha cara. A grande maioria dos atingidos pela tragédia, como não poderia deixar de ser, foram os mais pobres. E os que não tiveram a sorte de serem levados pelo vírus, agora choram de fome junto com seus familiares.
E muitos choram de tristeza por se sentir abandonado pela elite, pelos políticos, e principalmente pelo presidente que brinca de governar.
Nunca tinha visto de perto tanta dor e não consigo ficar impassível diante de tanto sofrimento retratado nas imagens de pessoas sendo enterradas sem que seus familiares possam sequer lhes prestarem uma última homenagem.  
Preciso parar de escrever.
Tento me relaxar um pouco, mas as imagens chocantes de abandono total de um país inteiro continuarão martelando na minha mente.
Enquanto o bolsonaro-Vírus não for tirado do poder e escondido em uma cela de prisão, e o Corona Vírus ser erradicado para que todos os brasileiros voltem a sorrir.
Ainda vamos ver muitas pessoas com suas vidas viradas ao avesso.
nesse brasil sem governo e sem lei.

Ano de 2020

Um comentário:

  1. Olá Geraldo,

    Bela crítica social e económica.
    Também não gosto de Carnaval. É muita fantasia, para ocultar realidades tão sérias e graves.
    Como Católica, espero, que um dia tudo mude.
    Mas, até lá, muita gente vai sofrendo.
    Me dizem, que o mal no mundo é obra de Satanás. Será?

    Abraços de luz.

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