É madrugada, o silêncio ainda é uma
sensação gostosa de ser ouvido. Os sons que chegam aos meus ouvidos parecem vir
de muito longe, e tento prestar atenção para ver se estão querendo me dizer
alguma coisa.
Mas o próprio silêncio está me
dizendo que preciso de mais momentos como este.
Em pouco tempo tudo se transforma.
A cidade acorda para mais um dia de
trabalho, e as ruas com seu trânsito complicado, aliado à correria das pessoas,
trazem-me de volta à realidade.
Já não quero mais ouvir rádio ou
ligar o televisor.
Sei que vou ouvir notícias ruins, e
estou cansado de ver imagens de roubos e assassinatos.
Mesmo tentando blindar meu cérebro
contra estas agressões, inconsciente, lembro-me de alguém morrendo por culpa
única e exclusiva dos políticos e empresários que roubam descaradamente o
dinheiro que deveria ser usado para dar vida digna a todos que carregam em suas
costas o peso da carga absurda de impostos que vão para os bolsos de poucos.
Com raríssimas exceções...
Este é um país de políticos corruptos
e corruptores.
Este é um país de empresários
corruptos e corruptores.
Um país onde as compras do serviço
público são regidas por uma lei de licitação que abre brechas para que um mesmo
empresário participe das concorrências com quantas empresas quiser. Todos os
envolvidos sabem disso, mas como vivemos no país das falmacutaias os nossos
legisladores fingem não ver.
E isso vai irritando e estressando as
pessoas, e o estresse vai mexendo com o emocional. muitos não conseguem
assimilar e veem suas vidas se transformarem em um verdadeiro martírio.
Outro dia, um jovem de 32 anos,
casado, pai de uma filha, sem nenhum problema financeiro, desabafou comigo toda
sua indignação contra os acontecimentos que já parecem terem virado rotina
nesse país das sacanagens.
Esse jovem me disse que já pensou até
em dar cabo da própria vida.
E isso me preocupa.
Alguém já parou para pensar que esse
comportamento é algo comum, e que assusta?
Essa falta de vergonha na cara dos
ladrões engravatados que nos roubam, falta vergonha na cara de quem vota em
qualquer sacana, a troco de qualquer coisa dando sua parcela para criar as condições
propícias para que a vida se torne insuportável.
Não quero violência. Mas gostaria que
no dia das eleições, todos fossem às urnas e anulassem seu voto não elegendo
nenhum deputado e senador, e não reelegendo nenhum governador para um segundo
mandato, e também ninguém que ele apoiar, ou que seja do mesmo partido.
Precisamos também prestar bastante
atenção para não elegermos nenhum dos sobrenomes famosos da política, chega de
Suplicys, Sarneys, Neves, Tumas, Garotinhos, e tantos outros que nos assombram
há muitos anos. Em Betim, chega de Saraivas, Nogueiras, etc.
Se a mentalidade do nosso povo não
mudar, principalmente dos mais jovens, o último facho de luz que existe no fim
do túnel vai se apagar muito depressa.
Tomara que não seja o PSDB o
protagonista a dar o último sopro para apagá-lo
olá, Geraldo!
ResponderExcluirUm texto, que começa mto liricamente, mas depois vem a realidade, que é dura e brutal.
Em outubro, o Brasil tem eleições. É preciso saber escolher, embora não haja gente perfeita, contudo há os gatunos e os k o não são.
Beijos para todos e um especial para Bernardo.