Estou revisando meus textos, esse foi escrito em 2012. Parece que foi hoje!
Há uns meses escrevi um texto
com o título O BRASIL É
UMA ZONA, gostaria de estar enganado, mas infelizmente não estou.
Porque a grande pergunta que ninguém
quer responder é: Temos algum motivo para nos orgulhar?
Olhem e escutem os noticiários.
No meu estado são assassinadas quinze pessoas todos os dias, estes são os
números oficiais, e os que não são registrados, ou ainda não foram descobertos?
Outras centenas são
assassinadas no trânsito, por motoristas irresponsáveis e por bêbados idiotas
que nunca são punidos, principalmente se forem ricos ou poderosos.
Outras centenas são assassinadas
quando são levadas aos hospitais públicos. onde morrem à mingua por falta de
medicamentos e material médico.
Imaginem quantas pessoas
morrem nesse país, vitimas da brutalidade do ser que ainda se diz humano. Com
certeza esse número é muito maior que os mostrados pelos noticiários
internacionais quando nos dizem que na Síria foram mortas 25 pessoas no dia
tal.
Estamos ou não no meio de uma
guerra?
Como entender tantas
barbaridades, se quem deveria evitar que isso continue acontecendo, finge não
ver?
Como entender um ex-ministro
da justiça transformar-se em advogado de defesa de um dos maiores ladrões do
país? Será que esse cidadão não deveria pensar duas vezes antes de aceitar um
bandido como cliente? Será que os honorários que está recebendo vão lhe fazer
falta, ou sua exposição na mídia é mais importante do que a justiça que não
existe neste país? Ou ele realmente acredita na inocência do seu cliente, o que
seria ainda mais desastroso!
Como entender um deputado, ex-promotor
de justiça, entrando com pedido de habeas corpus para impedir sua cassação? Será que esse digníssimo cidadão pensou que
seria mais útil para o país como senador do que como promotor? É claro que não, pelo seu comportamento está
claro que pensou única e exclusivamente em como seria mais fácil enriquecer defendendo
seus próprios interesses, do que defender a justiça que não existe neste país.
Como entender um senado
abrindo CPI para investigar um dos maiores criminosos do país, quando não
precisa ser nenhum doutor para entender que isto é caso de polícia.
Porque a justiça e a lei nunca
enxergam os ricos e poderosos como criminosos? Estes sim, deveriam ser punidos
com mais rigor. A grande maioria se esconde atrás de um diploma de doutor, ou
de um mandato de senador, deputado, vereador, e de tantos outros cargos, com
suas salas acarpetadas, onde muitos deveriam entrar pela porta dos fundos,
porque só tiveram acessos a elas usando todos tipos de tramoias.
E a justiça é representada por
uma mulher com os olhos vendados, trazendo nas mãos uma espada e uma balança,
vendada para não enxergar os crimes dos políticos e poderosos, uma espada para
cortar em pedaços os sonhos de quem realmente acredita que esse país ainda pode
voltar a ser a “pátria mãe gentil”, a balança para pesar o dinheiro que é
roubado dos cofres públicos e nunca recuperado.
Como entender um cidadão
dormindo na cadeia, de onde sai todas as manhãs, para ocupar uma cadeira de
vereador, como acontece em uma cidade do Mato Grosso?
Há poucos meses um cidadão
francês perdeu o cargo de presidente o FMI, e a chance de ser eleito presidente
da França, assim que o noticiário divulgou que o mesmo havia assediado uma das camareiras
do hotel onde estava hospedado.
Como entender um excelente
sistema de saúde pública como o SUS, igualando os direitos dos milionários com
os de um morador de rua?
Não é necessário ter nenhum
conhecimento para saber que os ricos sempre terão preferência nos atendimentos.
Dói ver um milionário sendo
atendido em casa por um médico pago pelo governo, enquanto pobres estão
morrendo de frio (estamos no inverno) debaixo das marquises, dividindo o espaço
com os cães sarnentos, também sem donos e sem pátria.
Não temos uma lei que atinge a
todos com a mesma força. Não temos uma justiça que contemple todos os cidadãos julgando
a todos pelos seus crimes ou delitos, independente da raça, cor ou religião, e
principalmente pelos cifrões nos cofres dos bancos ou nos paraísos fiscais.
Pasmem!
Enquanto milhares de pessoas
frequentam postos de saúde sucateados, e hospitais onde a vida nada significa,
muitas famílias abastadas têm atendimento VIP no serviço público de saúde.
Vejam o relato de uma médica
que atende o (PID) Programa de Internação Domiciliar: - “Fui atender uma
senhora que mora em uma casa de dois pavimentos, com piano de cauda na sala de
estar e três carros na garagem, ela era atendida por um técnico de enfermagem
da Unimed, conversando com os familiares, os mesmos me apresentaram uma lista
de material, e exigiram que fosse fornecida pela Unidade de Saúde, simplesmente
porque era um direito amparado pelas diretrizes do SUS,
Por esse país afora quantas
vezes isto acontece? O que se gasta com quem pode pagar, não poderia ser usado
para comprar mais medicamentos e materiais médicos hospitalares, e assim
amenizar as faltas que tanto atormentam os que necessitam?
Como entender tanto
descaramento que tiveram os políticos, ao aumentarem o número de vereadores em todo
o país, simplesmente para ter mais puxa-sacos nas eleições majoritárias.
E pergunto...
Para que servem os tribunais
eleitorais. que são obrigados a acatar leis idiotas elaboradas por legisladores
sem escrúpulos, que legislam em causa própria? Ao aumentar o número de
vereadores, os deputados e senadores deram uma clara demonstração que sabem
controlar o dinheiro fácil da política.
Jogando-os no ralo, ou melhor,
nas suas contas bancárias, ou investindo em bens de capital.
Para que serve os tribunais de
justiça, onde a injustiça impera ao não coibir tamanha insensatez?
Os políticos da oposição
criticam o governo por não controlar os gastos públicos.
Infelizmente este é o país
aonde só na política as mudanças nunca acontecem, não importa quem é o
governante da vez, os mandatários nomeiam uma turma de pessoas incompetentes
que constantemente andam dando tiros nos pés, quando tomam decisões sem nenhum
conhecimento daquilo que estão fazendo, ou as tomam simplesmente para se garantirem
no poder, e derrubarem aqueles que os estão incomodando.
E quem paga a conta é o povo!
Ah este país!
Tinha tudo para ser de
primeiro mundo!
Mas como? Se os políticos e governantes (com raríssimas
exceções) não conseguem resistir ao canto da sereia do poder, e do dinheiro
fácil vindo das licitações fraudulentas, e dos conchavos costurados nos
gabinetes acarpetados?
Mas como? Se um político pode se licenciar de um cargo para
candidatar a outro sabendo que se for derrotado, seu lugar está assegurado? Por
que quem abandona um cargo para se candidatar a outro, não deixa o seu lugar definitivamente
para o suplente? Isso seria interessante, porque o suplente passaria a ter
alguma utilidade, a não ser o receber sem trabalhar (com raríssimas exceções),
e o político pensaria duas vezes antes de se aventurar em uma nova eleição.
Mas como? Se uma grande parcela de eleitores vende sua
dignidade, ao eleger qualquer sacana a troco de alguma coisa, como se voto
fosse mercadoria de final de feira?
Mas como? Se servidores
públicos (com belas e raríssimas exceções) nada produzem, e não podem ser
penalizados, por estarem protegidos pela estabilidade?
Eu sei que muitos vão ficar
indignados com o que escrevi, citei as exceções exatamente para proteger os comprometidos
com seu belo trabalho de servidor, que são injustiçados ao serem comparados com
a escória, toda vez que alguém é mal atendido dentro de uma instituição
pública.
Não vejo futuro para este país
enquanto não houver uma revolução pacifica, e todos comparecerem às urnas e
votarem em branco ou anularem os seus votos, se isso acontecesse, os políticos deixariam
de ser estas quadrilhas de assaltantes formadas por um bando de politiqueiros
O Brasil continua sendo UMA ZONA.
Olhem como este texto vai estar sempre atual, e desatualizado ao mesmo
tempo. Hoje, 19 de junho de 2012, ao abrir o jornal dei de cara com a foto do
presidente Lula abraçado com o Mafuf.
Depois da esdrúxula aliança com os sarneys, eu achava que já tinha visto
de tudo
Aos 75 anos, o paulistano Drauzio Varella é dono de opiniões
fortes - e polêmicas. Em entrevista à BBC Brasil
no Reino Unido, onde participou de um ciclo de palestras organizado por
estudantes brasileiros, ele defendeu que os ricos deixem de usar o Sistema
Único de Saúde (SUS).
"Um país com mais de 200 milhões de habitantes ousou dizer
que saúde é um bem de todos e um dever de Estado (...) Acho que, num país com a
desigualdade do Brasil, temos uma parte da população com condições econômicas
bastante favoráveis que não deveria usar o SUS. Deveria deixá-lo para quem não
tem outra alternativa: ou se trata pelo SUS ou não se trata. Então, não tem
sentido de eu estar ocupando o lugar do outro, tenho que me entender com a
iniciativa privada", diz.
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