02 agosto, 2013

EU QUERO SILÊNCIO

É NO SILÊNCIO QUE O CORAÇÃO ESCUTA.

 

Estou esperando acabar a barulheira para escrever sobre o silêncio e sei que vai ser muito difícil, afinal, o barulho é parte integrante da vida de todos, gostemos ou não. Pelo que vejo a cultura do barulho já dominou jovens e adultos que não conseguem mais viver se não estiverem sendo incomodados por algum ruído estranho.
Ah! Que saudade do tempo que não existia rádio e televisão Ah! Que saudade do tempo em que o barulho era somente dos bichos e da natureza.
E hoje, o que é bicho? Há muito tempo são apenas alguns animais amontoados e enjaulados em um zoológico que poucos visitam.
O que é natureza? Ruas e avenidas cheias de lixo e de entulho de toda espécie, matas e montanhas destruídas para alimentar a sede de consumo do ser “humano” e gerar mais lucros para as empresas mineradoras e imobiliárias que constroem seus prédios em cima das nascentes e que vão matando os rios que agora carregam o lixo e  a falta de educação e sensibilidade ecológica onde deveria correr água limpa e cristalina.
Hoje as pessoas são escravas das geringonças eletrônicas que vieram para “melhorar” a vida de todos, mas infelizmente chegaram para nos dominar e separar as pessoas.
Eu não vivo sem meu celular!
Não sei o que faria sem meu computador!
Não sou ninguém sem meu smartfone!
E por aí vai...
É claro que a tecnologia é um fator facilitador, mas a cada dia surge um aparelho mais moderno e escravos cada vez mais jovens vão deixando sua infância de lado para se tornarem reféns da era moderna. Jovens e adultos perderam o contato direto com as pessoas, principalmente com seus entes queridos e amigos que agora são virtuais. Para que visitar um parente ou amigo, se conversamos nas redes “antissociais”?
Somos obrigado a gostar da música do vendedor de alguma coisa, ou dos donos de automóveis que curtem um barulho ensurdecedor dizendo ser música. Dentro de um ônibus, então, é uma calamidade. Experimente viajar à noite achando que vai tirar aquela soneca e verá que isso não é mais possível. O bendito ou maldito telefone toca, recebe e envia mensagens  sem parar para alimentar o desejo que muitos nutrem de ficarem conectados. E nos coletivos das grandes cidades... A geração fone de ouvido não desgruda os olhos do celular como se em suas mãos tivesse uma joia preciosa, e muitas vezes ocupam o lugar preferencial para idosos e outras prioridades.
E o passageiro ao seu lado, quando está ouvindo música já é ruim, quando resolve falar, aí é um verdadeiro inferno. Muitos acham que o passageiro ao lado é obrigado entrar na sua intimidade e atendem ou ligam sempre falando aos berros.
Até dentro de casa a situação é preocupante, celulares e computadores de todos os modelos, e fones de ouvido são companheiros inseparáveis dos que estão viciados.
Estamos criando uma geração de surdos e mudos.
Precisamos de silêncio
Se for para ouvir um barulho que seja o choro manhoso de uma criança, o gargalhar de um filho ou o de uma onda quebrando na praia, do vento soprando no rosto ou da música suave que acalma a alma e aquece os corações .
Não sendo assim!
Eu quero silêncio!
 

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