![]() |
É NO SILÊNCIO QUE O CORAÇÃO ESCUTA. |
Estou
esperando acabar a barulheira para escrever sobre o silêncio. Sei que vai ser
muito difícil, afinal, o barulho é parte integrante da vida de todos, e pelo
que vejo, a cultura do barulho já dominou jovens e adultos que não conseguem
mais viverem se não estiverem sendo incomodados por algum ruído estranho.
Ah! Que
saudade do tempo que não existia rádio e televisão
Ah! Que
saudade do tempo em que o barulho era somente dos bichos e da natureza.
E hoje?
O que é bicho?
Um punhado de animais amontoados e enjaulados em um zoológico que poucos
visitam.
O que é
natureza? Ruas e avenidas cheias de lixo e entulho de toda espécie, matas e
montanhas destruídas para alimentar a sede de consumo do ser “humano”, e para
gerar mais lucros para as empresas mineradoras. Córregos, lagoas, riachos e
rios carregando a falta de educação e sensibilidade ecológica onde devia correr
água limpa e cristalina.
Hoje as
pessoas são escravas das geringonças eletrônicas que vieram para “melhorar” a vida
de todos, mas infelizmente chegaram para nos dominar e separar as pessoas.
Eu não vivo
sem meu celular”.
Não sei o que
faria sem meu computador”.
Não sou
ninguém sem meu smartfone”.
E por aí
vai...
É claro que a
tecnologia é um fator facilitador, mas cada dia surge um aparelho novo, e
escravos cada vez mais jovens estão deixando a infância de lado para serem reféns
da era moderna. Jovens e adultos perderam o contato direto com as pessoas, principalmente
com seus entes queridos, e também com os amigos, que agora são virtuais.
Para que fazer
uma visita, se conversamos nas redes “antissociais”?
Agora todos somos
obrigados a gostarmos da música do vendedor de alguma coisa, ou dos donos de
automóveis que curtem um barulho ensurdecedor dizendo ser música. Dentro de um ônibus, então, é uma calamidade. Experimente
viajar à noite achando que vai tirar aquela soneca. Verá que isso não é mais
possível. O bendito ou maldito telefone toca, recebe e envia mensagens para
alimentar o desejo que todos nutrem de ficarem conectados.
E nos
coletivos das grandes cidades... A geração fone de ouvido não desgruda os olhos
do celular como se em suas mãos tivesse uma joia preciosa. Pessoas enviando e
recebendo mensagens ocupam o lugar preferencial para idosos e outras
prioridades. Quando as pessoas estão ouvindo música já é ruim, quando resolvem
falar, aí é um verdadeiro inferno. Muitos acham que o passageiro ao lado é
obrigado entrar na sua intimidade e atendem ou ligam sempre aos berros.
Até dentro de
casa a situação é preocupante, celulares e computadores de todos os modelos, e
fones de ouvido são companheiros inseparáveis.
Estamos
criando uma geração de surdos.
Precisamos de
silêncio
Se for para
ouvir barulho, que seja o choro manhoso de uma criança, o gargalhar de um
filho, da onda quebrando na praia, do vento soprando no rosto, ou da música
suave que acalma a alma e aquece o coração.
Não sendo
assim!
Eu quero
silêncio!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Aqui você é muito bem vindo. Seu comentário ajuda na construção desse espaço de liberdade