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NINGUÉM PODE SER PRISIONEIRO DE SI MESMO. |
Vejam
a Manchete do Jornal Estado de Minas de 20/01/2013: “POR QUE TANTO
PRECONCEITO”?
Então escrevi esta texto:
“Especialistas atribuem estigma contra
portadores de doenças mentais à questão cultural; a Associação Brasileira de
Psiquiatria se esforça para incluir a psicofobia no código penal”.
Pasmem!
Eles querem punir uma pessoa que tem medo de alguém
com problema mental.
Desde quando ter medo é crime?
Desde quando ter medo é crime?
Quem tem mais preconceito, a família que não sabe e
não tem condições financeiras para cuidar ou o estado que é omisso e fechou
todos os leitos da psiquiatria?
Vejam o que disse o Dr. Paulo Roberto Repssold,
diretor da Associação Mineira de Psiquiatria: O problema é que a maioria das
pessoas mantém na memória a ideia da doença que aliena e tira a capacidade de
entendimento como a esquizofrenia, lembram-se do paciente esquizofrênico em
permanente estado de surto. Neste aspecto a classe social faz pouca diferença.
As classes mais elevadas entendem melhor a doença, mas isso não reduz a
capacidade de enfrentar a convivência”.
Ora falar sentando confortavelmente em uma clínica
bem montada ou em um gabinete da Associação é muito fácil.
Se este doutor frequentasse a periferia e pudesse
ver in loco, o sofrimento de famílias inteiras cuidando de uma pessoa com
problema mental em um barraco de três cômodos, certamente reavaliaria o seu
conceito.
As classes sociais mais elevadas podem e devem
entender melhor a doença, eles podem pagar um enfermeiro para cuidar do
paciente e interná-lo quando quiserem.
Gostaria que ele enquanto psiquiatra me convencesse
que um cidadão pode sair para o trabalho e deixar mulher e filhos cuidando de
uma pessoa que pode surtar a qualquer momento.
Pergunte às mães que tem os seus filhos com algum distúrbio mental que o torna agressivo, com certeza lágrimas rolarão dos olhos de quem cuida com carinho os deserdados do SUS (Sistema Único da Sacanagem)
Pergunte às mães que tem os seus filhos com algum distúrbio mental que o torna agressivo, com certeza lágrimas rolarão dos olhos de quem cuida com carinho os deserdados do SUS (Sistema Único da Sacanagem)
Então o que acontece?
Agora que o poder público lava as mãos e não cuida
destes pacientes, as famílias que os acolhem em pouco tempo com certeza serão
frequentadores dos Sersans.
Doente mental pobre só tem acesso à psiquiatria
quando surta.
Será que este doutor tomou alguma atitude contraria
ao fechamento dos Manicômios e o desmantelamento dos leitos que acolhiam estas
pessoas? Por que ele não lutou para humanizar estas instituições que eram
cabides de emprego cuja terapia era aplicar choques elétricos e espancar os
mais agressivos, com a conivência de “profissionais da saúde com psiquiatras,
psicólogos e assistentes sociais e tantos outros”?
E o doutor continua dizendo “A doença mental é
comum em sua maneira de lidar, é como uma pressão alta. Vem o diagnóstico,
prescreve-se o medicamento e o paciente melhora e não surta”.
Olha doutor, o senhor vai me desculpar, mas nunca
vi uma pessoa com pressão alta agredindo outras pessoas ou tentando se suicidar
simplesmente porque a pressão subiu.
É hora de mudar seus conceitos.
Acho que deveria agendar uma visita à ong CASA DA
GENTE, no bairro Indaiá em Belo Horizonte, que foi fundada por Dayse Cristina
Pereira para acolher um irmão e acabou acolhendo outras pessoas que sofriam com
o mesmo problema Esta casa foi citada na mesma reportagem com a manchete:
“SENTIR-SE EM CASA”.
Ele poderia aproveitar para também visitar o LAR
VICENTINO DIVINO FERREIRA BRAGA em Betim, na grande Belo Horizonte.
Se fizer estas visitas ele verá o que é cuidar de
pessoas com problemas mentais.
Eu me recuso a chamar um asilo de LAR simplesmente
porque uma lei idiota, com o aval de psicólogos, psiquiatras e assistentes
sociais obriga que um espaço ocupado por idosos doentes e abandonados tem que
ser chamado de LAR.
Isso me mostra que o texto MENTE EM
MOVIMENTO escrito no dia 16/01/2013 tem tudo a ver.
Isso mostra que meu texto MENTE EM MOVIMENTO
escrito no dia 16/01/2013 tem tudo a
ver.
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