30 janeiro, 2013

A VOZ DO SILÊNCIO



               ESCREVI SENTADO NESTA CADEIRA

É madrugada.
O barulho que chega das ruas me traz sons estranhos parecendo que o ar vem trazendo vozes que querem e precisam ser ouvidas.
A voz do silêncio!
Que precisa ser escutado.
E que foi sufocado pelo progresso.
O som da noite me mostra que os quintais são coisas do passado, mesmo assim, ao longe ouço o canto de um galo que resiste bravamente e que me faz voltar no tempo quando ninguém tinha relógio e quando o rádio e a televisão eram apenas sonhos.
Nessa época o tempo parecia andar devagar.
O dia tinha as mesmas vinte quatro horas de hoje e ninguém se preocupava com ele e com elas.
Agora o tempo passa depressa demais nos dando a impressão que o dia ficou muito curto.
As crianças estão se tornando adultas cedo demais,
As famílias só se encontram em velórios,
A correria gera abandono de filhos e de pais, de irmãos e irmãs. Gera abandono dos amigos que agora são meros conhecidos que não se encontram e nem caminham juntos e que se comunicam através das redes sociais, E este não encontrar e caminhar juntos gera pessoas nervosas e neuróticas enchendo os asilos, superlotando cadeias e  provocando um grande vazio de emoção, de compaixão, de amor e de ternura.
Sepultando o amor, a paz e a tranquilidade.
Nos mostrando claramente o vazio que tomou conta do coração
deste ser que com tristeza, está deixando  de ser humano    

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