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POUCOS QUEREM SEMEAR, MUITOS QUEREM COLHER. |
Não quero falar do
passado.
As coisas boas que
aconteceram, e as lembranças dos amigos que pensei serem eternas, devem ficar
para sempre armazenadas no arquivo das boas recordações. As besteiras, e não foram poucas,
intencionais ou não, ficarão armazenadas em um cantinho da memória de difícil
acesso para que não se transformem em fantasmas que assustam.
Não quero olhar
muito para o futuro.
Ele fica longe
demais, e mesmo com todo planejamento sempre tem uma força a interferir. E no
final sabemos com certeza que todos teremos o mesmo fim.
“Saiu o semeador a
semear, e ao jogar a semente, algumas caíram sobre a as pedras e foram queimadas
pelo sol ou devoradas pelas aves. Outras caíram sobre os espinhos e foram
sufocadas. Uma pequena parcela caiu em terra fértil e se multiplicou em frutos
bons e geraram novas sementes”. Não
preciso ser um semeador para entender que todas as sementes lançadas deveriam
se transformarem em frutos doces e saborosos. Mas alguns frutos nascem amargos.
Dependendo da habilidade do semeador podem transformarem-se em iguarias de
sonho, e até mesmo as que caíram sobre os espinhos podem serem recolhidas e
replantadas em novos canteiros. A semente já foi lançada. O semeador sabe onde
e porque elas germinaram, ou não. E ao lançar lança-las ele sabia que teria que
contar com a ajuda de agricultores e jardineiros, para que elas pudessem
cumprir seu papel de alimentar e enfeitar toda a terra e a vida de todos os
seres viventes. Eu preciso ser agricultor ou jardineiro para cuidar das
sementes, e entender que as que caíram sobre terra fértil não precisam de
tantos cuidados. Por si só se multiplicam. Simplesmente precisam serem adubadas
todos os dias com os insumos da alma e do coração. As que caíram sobre a pedra
também não precisam de cuidados, porque a natureza em sua sabedoria se
encarregou de não deixa-las gerar frutos secos e sem gosto. Precisamos ter um
carinho especial com as que caíram sobre os espinhos. Se não cuidarmos bem
delas, muitas se perderão nas encruzilhadasa da vida. As colheitas que virão
darão frutos na mesma proporção, ou multiplicarão as sementes que eu jogar no
canteiro da minha vida, ou da vida dos outros. Sei que muitas vezes jogamos
sementes podres na terra, achando que seus frutos serão saborosos. Tenho plena
consciência que muita gente não têm condições de semear, então preciso aumentar
meu estoque de sementes porque sei que a minha colheita terá que ser repartida.
Como bom jardineiro, o agricultor experiente deve saber separar o joio do
trigo. Quantas sementes boas que poderiam produzir frutos de vida, foram
sufocadas pelo abandono de quem tinha obrigação de ser seu jardineiro ou
agricultor? Muitos semeadores abandonaram as sementes que foram colocadas em
suas vidas, e quando elas transformaram-se em árvores negaram sua sombra
àqueles que não souberam podar e regar na hora certa. Por isso muitos idosos
abandonados nos asilos choram a visita de alguém mais próximo, e ela não
acontece. Eles não souberam cuidar das sementes. E quantas sementes foram
semeadas com carinho, e quando transformaram-se em árvores frondosas fingiram
não conhecer o semeador? Quantos jovens que eram sementes promissoras, transformaram-se
em frutos amargos deixando suas vidas sobre o controle do dono da droga? Quantas
pessoas abandonaram a Igreja e a religião onde foi doutrinadas, para correrem
atrás de falsos milagreiros que aprenderam a arte de semear o culto ao demônio,
para depois oferecer um falso deus que liberta. Este falso agricultor ou
jardineiro, nunca foram semeadores. Quantas escolas poderiam serem jardins.
Quantos hospitais poderiam serem jardins. Quantas comunidades poderiam gerar
safra de qualidade.
O mundo poderia
ser uma grande estufa de conservação das espécies. O ser humano foi a principal
semente lançada na terra, para ser não só uma semente, e sim o agricultor e o
jardineiro. Enquanto a principal semente não for prioridade, e o homem achar
que pode mudar a seu bel prazer os contornos da perfeição criadora do universo.
Enquanto a maioria não plantar para repartir, e perceber que toda a safra
precisa ser distribuída com a minoria, os agricultores e jardineiros terão que
usar a força para defender suas sementes.
Os jovens precisam
assumir o lugar da semente, do jardineiro e do semeador, e não deixarem-se levar
pelos “donos da terra”. É urgente plantar sementes de ecologia, de
fraternidade, de partilha, de amor e compreensão.
Cristo
foi o adubo que molhou a terra com seu suor e seu sangue. Ele quer que cada um
de nós sinta-se agricultor e jardineiro, adubo e semente de vida, para que a
paz volte a reinar em nossas casas, em nossas vidas, e no mundo.
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