Hoje deu
uma vontade de fazer um paralelo entre os dois mundos onde tive a sorte ou a desventura
de viver. Não sou nenhum extraterrestre, mas as mudanças no comportamento, a
degradação do ser humano e da ecologia, a aberração em que se transformou a música,
a cultura, e a arte, me dão a impressão de ter vivido em mundos diferentes. E
olha que não estou tão velho assim, tenho sessenta e nove anos. Minha primeira
vida foi no tempo em que os quintais não tinham muro. A televisão era sonho de
consumo dos ricos. Quem trazia o neném para a mãe era o avião ou a cegonha. Fruta
era comida no pé, e muitas vezes no quintal do vizinho.
Hoje o
quintal do vizinho é campo minado. Presídio era só para prender os inimigos dos
ditadores e os pobres, Crimes eram somente os passionais, e os para “lavar” a
honra.
Os tempos
mudaram, e comecei a viver minha segunda vida.
Hoje
poucos sabem o que é honra. O progresso trouxe muita tecnologia, e também muito
abandono. Os amigos foram trocados pelos computadores de todos os tamanhos. O
bate papo do portão foi substituído pelas redes sociais, e tantos outros sites
de relacionamento.
Coisa de maluco!
Que
graças a Deus, não conseguiu me seduzir!
Hoje
poucos recém-nascidos terão a sorte de se tornarem crianças como aquelas que
brincavam inocentemente sem nada a lhes incomodarem. A mãe que antes cuidava da casa e do filho,
agora é obrigada trabalhar fora, e foi substituída por uma babá eletrônica que
faz as crianças crescerem neuróticas.
Na
periferia, muitas crianças são abandonadas por serem filhos da miséria. Nos
bairros nobres elas são criadas livremente como um cão sem dono, e sem limites decidem
o próprio destino.
Constantemente
assistimos os filhos da liberdade criados com todo o luxo, se enveredarem pelo
caminho do crime agredindo e até matando inocentes, e muitos, traficando
drogas.
Graças a
Deus existem maravilhosas exceções.
Qual é a
diferença entre esse marginal que frequentou uma faculdade, com aquele que de
escola teve a rua, e como professor o traficante e o assassino das periferias e
dos morros?
Nenhuma!
Ou talvez
muitas.
O “menino
que está na faculdade” deve, teoricamente, ter recebido uma educação onde o
respeito às leis e ao direito dos outros fosse um diferencial na vida de quem
tinha quase tudo.
Criança
fantasiada de adulto só é aceitável quando, na sua inocência resolve imitar o
pai ou a mãe. Mas levar os filhos para programas de televisão, e os exporem
como cachorrinhos de estimação, é a coisa mais esdrúxula que se pode fazer.
Chamar de
arte uma novela onde o sexo e a luxuria são apelos irresistíveis para uma
pequena minoria exibir um estilo de vida aonde ninguém trabalha, e todos têm “cara
de rico” é simplesmente na minha modesta opinião, inconcebível.
Chamar de
festa popular e de cultura, um carnaval eletrônico onde a musas peladas pagam
para serem madrinhas em escolas de samba, é no mínimo uma incoerência.
Recuso-me
a comentar as músicas tocada nas ruas, e os filmes vendidos a dois reais nas
bancas dos camelôs.
“Vai
chegar o tempo que o homem terá vergonha de ser honesto”. Assim disse Rui
Barbosa.
Quem
nunca ouviu isso?
Será que
ele com toda a sua inteligência, conseguiria viver num mundo cheio de
armadilhas para surrupiar o dinheiro e os bens dos outros?
Financeiras.
Bancos.
Empréstimos consignados para enganar os mais humildes.
Bancos.
Empréstimos consignados para enganar os mais humildes.
Impostos
abusivos.
Juros embutidos
e promoções de mentira, do tipo, comprem um celular e fale tantos minutos de
graça.
E para
terminar.
Das
pessoas que você conhece, quantas tem consciência real do perigo que o mundo
corre com a iminente falta de água? Quantos
fazem algo para evitar que tal fato aconteça?
Ou a
maioria é como os que estão ao meu redor.
Não estão
nem aí!
Quando eu
era jovem, não se falava em ecologia porque ela era parte integrante da vida do
ser humano.
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