Todo dia vinte de novembro é comemorado o dia da consciência negra. Não
sei o que isso significa.
O que é consciência negra? Será que é olhar para a pele e sair
gritando pelas ruas: Eu sou preto? Ou olhar para dentro de si mesmo e dizer
para todo mundo ouvir: Eu sou diferente apenas na cor da pele.
Porque não tem o dia da consciência branca? Seria até cômico ver alguns idiotas
que se acham da raça “superior” saírem pelas ruas gritando: Eu sou branquelo!
Façam-me o favor!
Na minha modesta opinião, criar mais este feriado nada mais foi do que
oficializar o racismo e a segregação racial. Infelizmente muitas pessoas
violentas e sem princípios se veem no direito de agredir os nossos negros
irmãos. Mas não foram somente os negros, e a até hoje não são, os únicos
escravizados.
Escravos foram, e ainda continuam sendo as pessoas pobres,
independentemente da sua raça ou cor da pele.
Se prestarmos atenção às pessoas ao nosso redor veremos que muitas têm
avós italianos, pais árabes, serão de origem africana, espanhola, alemã,
portuguesa, francesa, e várias outras nacionalidades que ajudaram na construção
desse país.
Mais claramente veremos uma grande maioria de crianças e adultos com
traços fisionômicos que evidenciam sua origem negra”. O negro é talvez o
elemento que maior contribuição trouxe à formação da cultura
brasileira. Nos porões dos navios negreiros vieram os germes do samba, do
frevo, do candomblé, do culto à Iemanjá, do sabor quente e forte de nossa
comida, além das crenças e hábitos aos quais nos acostumamos tanto que nem
paramos para pensar de onde vieram. Infelizmente, os navios também trouxeram a
violência, a ganância, a barbárie, e a corrupção que até hoje consome a riqueza
do nosso país.
Vendo e ouvindo o noticiário, indignado desliguei o televisor. Isso foi
logo depois de ouvir que os nossos valorosos deputados federais deram mais uma
demonstração de insensatez e despreparo na promulgação de leis. Aprovaram uma
lei onde nas universidades públicas metade das vagas serão reservadas para
Negros, Pardos, Índios e alunos do ensino médio que estudaram em escolas
públicas. E acham que estão sendo justos com os menos favorecidos.
Esses cidadãos que ficam inventando nomes e datas dizendo que é para
comemorar alguma coisa, não têm mais o que fazer?
Será que eles não sabem que qualquer benefício do poder público para o
povo, deveria levar em conta a situação socioeconômica da família? Não
importando se for negro.
Branco.
Albino.
Mulato.
Índio.
Quando criaram a cota para negros, milhares de branquelos passaram a jurar que
eram pretos, filhos, ou netos de afrodescendentes.
Porque não criam o dia da CONSCIÊNCIA HONESTA? Para que
todos possam saírem para as ruas e praças gritando bem alto: Eu sou honesto. Aí
eu queria escutar quantos gritos se ouviria por esse imenso país afora. Em
muitas cidades, bairros, e distritos inteiros o silêncio reinará absoluto, ou
talvez seja quebrado por uma ou outra pessoa mais corajosa.
Se houver!
Eu queria uma nova lei áurea. Uma nova abolição que libertasse todos os
pobres, de todas as raças, mestiços, cafuzos, mamelucos, negrinhos, branquelos,
de olhos arregalados ou puxadinhos, do jugo da elite e dos políticos sacanas
que ditam as leis deste país.
Nosso país só será livre quando for criado o dia da CONSCIENCIA DE
JUSTIÇA. O dia em que todos os injustiçados saírem às ruas e praças e gritarem
bem alto: Queremos igualdade, independentemente da cor da pele, do cabelo
crespo ou liso, dos olhos arregalados ou puxadinhos, ou da fé que professamos,
ou não. Queremos escola, lazer e saúde de qualidade para nossos filhos, seja
ele um negrinho ou um branquelo azedo. Não queremos cota nas universidades,
exigimos o mesmo tratamento para disputarmos de igual para igual com todos que
se formam doutores em alguma coisa. Nos indignamos com o estacionamento das
universidades públicas com seus carrões afrontando o pobre que sequer tem
acesso a uma escola secundária de qualidade.
Ao criarem essas malditas cotas, os políticos abriram brechas para todo
tipo de falmacutaia.
Por exemplo, o ENEM foi criado para avaliar o ensino das escolas
públicas. Assim que seu resultado passou a ser item de avaliação para se entrar
em uma universidade, rapidamente foi estendido às escolas particulares, abrindo
espaço para a criação de cursos preparatórios para atender e preparar o aluno
preguiçoso.
Ao criarem estas cotas...
Os filhos dos ricos passaram a serem matriculados em escolas públicas de
manhã, e a frequentarem escolas privadas à tarde, ou vice e versa. E as vagas
nas universidades públicas, que teoricamente seriam dos pobres, com certeza
continuarão sendo ocupadas pelos filhos da elite.
O governo vai construir mais escolas de ensino médio? Não!
Vai melhorar o ensino nas Escolas Públicas? Não!
Se assim o fizesse não precisariam estipular cotas para ninguém. A vaga
seria preenchida pela competência.
É preciso abrir as portas do que é público para dar acesso de
verdade aos mais necessitados
Se um dia esse grito acontecer. Todos os outros poderão serem esquecidos
O Brasil é formado historicamente por uma profusão de raças,predominando no caso do Amazonas, os Portuguese, ingleses, açorianos, negros, espanhóis e nordestinos, como conto em meu livro científico O CAMINHO NÃO PERCORRIDO - A TRAJETÓRIA DOS ASSISTENTES SOCIAIS EM MANAUS, QUE PODE SER BAIXADO NO BLOGJORNALISMOCARLOSCOSTA.
ResponderExcluirUM ABRAÇO,