Daqui alguns dias a internet vai estar infestada de mensagens
políticas pedindo votos, tentando mostrar que o fulano é melhor que o sicrano,
e assim por diante.
Estou tranquilo para dissertar sobre este assunto porque não morro de amores
por nenhum dos partidos. Por não confiar em nenhum partido decido o meu voto
pelo que o candidato representa como pessoa, e que já tenha feito algo para
amenizar os sofrimentos dos mais pobres.
Mudaram governos, criaram regimes, ditaram leis, implantaram ditadura, a cada
vez que uma burrada era cometida, mudavam a moeda de tal forma que poucos
brasileiros conseguem saber quantas já tivemos.
Aconteceu!
A elite se sentiu traída.
Ofendida.
E tratou logo de se armar para evitar que a esquerda continuasse no governo.
Por um bom tempo esta raça de políticos que nunca trabalharam e criaram seus
filhos mamando nas tetas do governo, precisam serem descartados.
Se acaso a pessoa em que eu votar conseguir se eleger, e de uma
hora para outra passar a ser simplesmente mais um membro da quadrilha de engravatados,
certamente serei o primeiro a denunciá-lo e cobrar a coerência perdida.
Como cidadão preocupado com o futuro dos meus filhos, e com o
todos os jovens das suas idades. Senti necessidade de escrever, e assim, dentro
das minhas limitações, tentar fazer as pessoas refletirem sobre o futuro do
nosso país.
Há exatamente quinhentos e três (519) anos, a elite, na pessoa do
rei de Portugal sentiu necessidade de expandir seu território. Suas caravelas
aportaram nas costas brasileiras para começar o saque que continua até hoje, e
a matança dos donos das terras que até hoje continuam morrendo abandonados nos
grotões, sendo chamados de invasores e grileiros, de terras que pertenceram aos
seus antepassados.
Foram criados órgãos de governo para cuidar deste povo, mas que serviram
apenas de cabide de emprego e abrigo para os exploradores.
Como a terra descoberta era muito extensa, foi preciso repartir em
sesmarias para que a administração pudesse ser descentralizada.
Hoje em praticamente todos os estados este regime ainda predomina.
A terra é propriedade de uma minoria formada por multinacionais, e pela maioria
dos políticos que conservam o ensinamento do coronelismo e dos senhores de
engenho.
Em todos estes anos, a direita elitizada criou um modelo de
sociedade onde o pobre é mero instrumento de voto. Implantaram em todas as
esferas do governo uma rede de corrupção tão perversa que obriga pessoas
honestas se esconderem como bicho em extinção.
Desde que o Brasil foi descoberto a elite fez e continua fazendo o
que bem entender:
Elegeu quem quis eleger.
Cassou o mandato de quem os afrontavam.
Matou muitos inocentes para enterrar junto com as provas da
corrupção.
Fizeram do país um clube fechado onde só podia entrar quem tivesse
vocação para trambiqueiro e milicianos do mal, para serem capachos com a
incumbência de tirar do caminho quem ousasse desafiar os donos do poder. O que
essa casta de salafrários não esperava é que um dia a esquerda que sempre foi sua
pedra do sapato chegasse ao poder.
Derrotada.
Quem sempre foi conivente e beneficiado pelas falcatruas, hoje
tenta esfregar na cara do povo todas as maracutaias deixadas como herança
maldita, e que ainda moram em alguns gabinetes.
Elas sempre existiram.
Elas sempre tiraram o pão da boca dos pobres.
Elas sempre tiraram do pobre um serviço de saúde decente.
Elas foram responsáveis pelo abandono dos jovens jogados nos
braços das drogas. Elas empurraram as famílias para debaixo dos viadutos, ou
para os cortiços onde precisam dividirem seus espaços com marginais fardados,
ou não.
As maracutaias construíram impérios, e levaram para fora do país o
dinheiro que deveria ser sido usado para construir escolas, hospitais, etc. Enfim,
construir o futuro do nosso povo.
A maioria dos políticos hoje eleitos são herdeiros, muitos são
donos. E criadores desta rede de sacanagem imposta a um povo pacífico que luta
como um bravo para sobreviver com um salário mínimo, que qualquer cãozinho desses
ladrões engravatados consome em dobro,
O roubo sempre existiu.
A grande maioria dos políticos e empresários gananciosos dividiam
o bolo. Aos trabalhadores e aos pobres em geral restavam as migalhas que caiam
no chão. Tudo transcorria tranquilo para a casta dominante. De vez em quando
alguma coisa saía na mídia para dar satisfação à sociedade. Não era necessário
mostrar muita coisa, não precisava tirar ninguém do poder.
Não havia necessidade de detonar nenhum partido.
O poder estava nas mãos dos carrascos que dominam o país.
Mas as posições se inverteram, o povo assumiu o papel que há muito
tempo deveria ter assumido.
E o torneiro mecânico, Lula, assumiu a presidência.
É preciso detonar o partido dos trabalhadores e acabar de vez em o
simples torneiro mecânico que teve a ousadia de assumir a presidência.
É preciso mostrar a esta “gentalha” que ousou tomar o poder de quem
sempre foram os donos do país.
Um trabalhador sem nenhuma formação acadêmica, mas com um passado
de causar inveja na luta a favor dos trabalhadores sempre excluídos, cometeu o
disparate de bater nas urnas os caciques e os coronéis que sempre fizeram do
pobre sua escada para alcançar o poder.
É bem verdade que alguns membros do partido dos trabalhadores se
deixaram levar pelo canto da sereia, e também fizeram o jogo sujo da elite,
aprendendo depressa demais a lição deixada desde o descobrimento.
Mesmo com todos os erros de principiante de quem quer acertar e aprender
a conviver com o que antes era impossível.
Na minha modesta opinião, devemos lutar com todas as forças para
que a elite não volte nunca mais ao poder.
É preciso que todo eleitor, por mais necessidade financeira que
esteja passando, não venda a sua dignidade como se sua honestidade fosse
mercadoria de camelô.
Se for preciso, receba tudo que o sacana estiver disposto a dar,
mas quando estiver na urna, vote em alguém da sua confiança ou que nunca tentou
lhe comprar.
Não acreditem em promessa para depois da eleição, porque assim,
além de vendidos, estarão agindo como verdadeiros idiotas.
Não podemos deixar que os professores das falcatruas e maracutaias
voltem a darem as cartas.
Tirando algumas exceções.
A grande maioria precisa ser CARTA FORA DO BAR
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