DEIXE A MÁGIA TE CONDUZIR PARA A FELICIDDE, |
A ESPADA
MÁGICA
Tinha
tudo para ser um fim de semana como qualquer outro. Meu filho Marcus Vinicius
chegou da escola com um daqueles ingressos mentirosos, dizendo que entraria de
graça no circo, se um adulto o acompanhasse. Com ou sem aquele ingresso
qualquer criança entraria, e lá fomos nós assistir o espetáculo. Espetáculo,
porque não importa o tamanho do circo, um mundo colorido de suspense e de risos
espera quem ainda quer se encantar.
Como
sempre, o circo ainda continua tendo sua magia.
Antes
de começar o espetáculo, os palhaços transformam-se em camelôs e vendem de
tudo, antes, durante, e depois do espetáculo. Neste circo eles vendiam uma
espada iluminada, e como a maioria das crianças, o Marcus pediu que eu
comprasse, e como dizer não para uma criança dentro de um circo? O lugar de encontra-se
com a magia!
E
ele tornou-se mais um entre dezenas de pontos iluminados.
Terminado
o espetáculo, voltamos para casa satisfeitos por termos visto de perto um
enorme Elefante, e um grande Camelo que dançavam depois de terem sofrido
bastante para acostumarem-se com a vida na selva de pedra.
-Pai!
-Sim?
-O palhaço disse que esta é uma espada mágica, e que mora um duende dentro dela, será que é verdade?
-Sim?
-O palhaço disse que esta é uma espada mágica, e que mora um duende dentro dela, será que é verdade?
-Se
ele disse, pode ser que seja.
Era
noite de sábado.
E
lá foi o He-Man dormir com a sua espada mágica.
E
como sempre acontece nos momentos mágicos, a Fada da Magia veio embalar o sono
do Marcus.
-Você
precisa encontrar a felicidade, disse ela.
-Mas,
eu já sou feliz.
-Eu
sei, mas tem muita criança ainda procurando a Fada da Felicidade, e ela está te
esperando para libertá-la.
-Onde
ela está?
-Ela
está no alto daquela montanha.
-Mas,
é muito longe!
-Mas
se você não a encontrar muitas crianças deixarão de acreditar na felicidade, e
você não quer que elas sejam infelizes para sempre, ou quer?
-Claro
que não; posso chamar meu pai para ir comigo?
-Pode
sim, você acha que ele vai querer?
-Tenho
certeza que ele vai gostar de ir comigo.
Com
uma mochila nas costas e a espada mágica na mão, acendendo e apagando, lá fomos
nós à procura da Fada da Felicidade. A montanha alta, na verdade era um
elevado, que por um milagre, ainda preserva um pouco da natureza sempre
destruída em nome do progresso. E por um outro milagre que faz existir estradas
de terra. Andamos um dia inteiro, e quando decidimos parar para descansar,
ouvimos um barulho de água corrente. Era um enorme rio caudaloso e muito
largo. Destes que existiam quando o
homem não conhecia o termo “lucro a qualquer custo”. Realmente estávamos encontrando
a felicidade.
Os
milagres se sucediam.
Onde
ver um rio de águas claras sem ser através da magia?
Como
estávamos cansados, dormimos como duas pedras, e fomos acordados com o canto
dos pássaros. Depois de tomar um bom café, percebemos que a montanha estava do
outro lado o rio.
-Como
vamos atravessar? Pensei em voz alta. -O senhor esquece que eu tenho a espada
mágica?
E
ao tocar com ela na água, um enorme peixe colocou a cabeça para fora e disse: -
Eu fui mandado para levar vocês até a outra margem, subam nas minhas costas e
segurem firme.
E
num piscar de olhos estávamos do outro lado.
-
Ei senhor Peixe qual é o seu nome?
-
Escamoso! respondeu o peixe, enquanto mergulhava desejando-nos boa viagem.
Sem
acreditar no que estava acontecendo, lá fomos novamente a caminhar. Parecia que
a montanha se mexia para longe assim que nos aproximávamos. O céu estava limpo,
sem uma nuvem sequer, o que salvava era um vento fresco que soprava forte,
contrastando com o calor escaldante do sol.
Nosso
relógio era o sol e o cansaço.
Quando
ele começou a esconder-se, o Marcus estava vermelhinho como um pimentão, e
botando a língua para fora, disse: - Se não fosse para encontrar a Fada da
Felicidade eu já teria desistido.
Estou
tão cansado!
Mais
uma vez armamos a barraca para passarmos a noite, depois de comer alguma coisa,
que naquela altura era um banquete. Dormimos como duas pedras. Foi mais uma
noite pequena demais, tanto era o cansaço.
Mais
uma vez retomamos nossa caminhada e íamos observando as maravilhas da natureza,
que na sua beleza mostra o carinho que Deus colocou quando a criou para deleite
do homem. Porque não aprendemos conservar?
Íamos
felizes e despreocupados que nem percebemos que estávamos caminhando à beira de
um grande buraco que se punha entre nós e a montanha.
-Pai,
como vamos atravessar, será que não vamos conseguir chegar?
-Que
é isso meu chapinha, e a sua espada mágica?
Antes
que ele a usasse, mais uma vez, ouvimos um barulho estranho que vinha de uma
moita fechada perto de uns coqueiros muito bonitos que davam um toque de
grandeza na exuberância da natureza.
Estáticos,
ficamos esperando para ver que barulho era aquele, e não é que surge uma turma
de garotos, todos com uma espada na mão?
-O
que vocês estão fazendo aqui, perguntou o Marcus.
-Nós
viemos encontrar a Fada da Esperança que mora no pé daquela montanha. Vocês
também? Como conseguiram chegar aqui, perguntou o Júlio, o mais alto da turma.
Nós
viemos encontrar a Fada da Felicidade, disse o Marcus. -É ela que mora naquela
montanha, vocês não vão acreditar. Foi fera. Para a gente chegar aqui andamos
nas costas de um enorme peixe.
E
vocês como chegaram?
-Não
sabemos, aconteceu igual com todo mundo, estávamos dormindo e de repente a
espada acendeu sozinha, e sem perceber nos vimos perto deste enorme buraco.
Agora eu entendi, a Esperança pode vir num sonho, mas a Felicidade para ser encontrada, muitas vezes, é preciso vencer grandes obstáculos. E para se chegar à felicidade é preciso primeiro alimentar-se de esperança.
Agora eu entendi, a Esperança pode vir num sonho, mas a Felicidade para ser encontrada, muitas vezes, é preciso vencer grandes obstáculos. E para se chegar à felicidade é preciso primeiro alimentar-se de esperança.
Passada
a alegria do encontro, agora era preciso descobrir como ultrapassar o enorme
buraco que se punha entre o grupo e a Fada.
O
Marcus Vinicius, apesar de ser o menor da turma foi quem tomou a iniciativa.
-Já
que nossas espadas são mágicas, vamos usá-las.
Imediatamente
todos acenderam suas espadas e apontaram para o fundo do buraco. Um enorme
barulho de bater de asas se fez ouvir, e dez águias enormes apareceram dizendo:
“Fomos enviadas para conduzi-los para a Esperança e a Felicidade.
Subam
e segurem-se”.
E
nas asas da mãe natureza, lá fomos em busca da Felicidade, e num piscar de
olhos estávamos no alto da montanha.
Como
é bom olhar o mundo daqui de cima.
”
A terra é azul”, disse o astronauta.
Deve
ter sido isso mesmo que Deus disse quando olhou para a sua criação e “viu que
tudo era bom”.
Mais
uma vez as estrelas vieram nos visitar e dizer que era preciso descansar porque
a descida vai ser muito dura. Todos adormeceram como se tivessem sido
encantados pela Fada dos Sonhos. Quando acordei já era domingo de manhã, e o
Marcus Vinicius dormia com um sorriso nos lábios como se estivesse sonhando, e
com certeza, os outros meninos e meninas também estavam sorrindo.
É
assim que os pais devem criarem seus filhos, mostrando-lhes todos os dias que é
preciso ter esperança, e que a felicidade mora muito perto de quem ainda
acredita na magia.
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